
Irmã de Pablo Escobar revela detalhes inéditos sobre fortuna, testamento e herança do famoso mafioso colombiano

Alba Marina Escobar, irmã do famoso narcotraficante colombiano Pablo Escobar, compartilhou informações inéditas sobre sua vida e sobre o legado de seu irmão em uma entrevista à revista Semana, divulgada na quinta-feira (17). Ela comentou sobre sua relação próxima com Pablo, sua fortuna, testamento e herança.
Segundo Alba, ela desempenhava um papel crucial na vida de Pablo, ajudando-o a pagar impostos, fazendo declarações financeiras e até contando seu dinheiro à mão. De acordo com relatado, ela também era conselheira de Pablo e, em muitas ocasiões, conseguiu evitar que ele se envolvesse em conflitos ou buscasse vingança contra seus inimigos. "Tenho certeza de que salvei a vida de muitas pessoas porque eu conversava com ele e o fazia enxergar as coisas".
A irmã do famoso mafioso também revelou que Pablo não lidava diretamente com dinheiro; essa tarefa era deixada para seus guarda-costas e associados. "Pablo não tinha apego por dinheiro. Para ele, o dinheiro servia para ajudar as pessoas", disse. Segundo Alba, a "impressionante" fortuna que Escobar acumulou durante sua trajetória criminosa foi, em grande parte, gasta para ajudar as pessoas e na guerra que ele travou contra o cartel de Cali e com os EUA, especificamente, com a DEA e a CIA.
"Mafiosos morrem jovens"
Alba também gerenciava as propriedades do ex-líder do Cartel de Medellín, que eram oficialmente "mantidas em nomes de laranjas pois não nos convinha possuir propriedades em nosso próprio nome". Embora ela possuísse o "apartamento de cobertura dele", Alba decidiu entregar a propriedade à esposa de Pablo, Victoria Eugenia Henao. "Não sou ambiciosa, não desejo possuir coisas que não me pertencem", contou.

Ela afirmou ainda ter guardado o testamento de Pablo, escrito anos antes de sua morte em dezembro de 1993, no qual ele desejava deixar à filha mais nova, Manuela, "joias e obras de arte", enquanto que um quarto de sua fortuna "livremente disponível" deveria ser destinada a seus irmãos e pais. O restante ficaria para a esposa Victoria.
"Disse a ele: 'Pablo, não quero dinheiro de morto, dê tudo o que você vai me dar ainda em vida'. Ele me respondeu: 'Você sabe que os mafiosos morrem jovens'", recordou, mencionando que, apesar de ter enviado uma cópia do documento a seus parentes, "esse testamento nunca foi cumprido".
"Herança espetacular"
Alba destacou que nunca nutriu ambições materiais e considera como sua "herança espetacular" o fato de seu irmão ter lhe ensinado a ler e reconhecido seu valor. "Para mim, isso é mais precioso do que qualquer quantia em milhões de dólares", afirma.
Ela também comentou que ainda guarda alguns dos pertences de Pablo, incluindo camisetas, sapatos, calças, uma barba postiça e um caderno onde "anotava os nomes e endereços de seus inimigos". Após a morte do narcotraficante, ela se dedicou a explorar as "caletas", - esconderijos utilizados para fins ilícitos - onde encontrou "muitas coisas".
"Não quero mais vê-los"
Alba afirmou que chegou a encontrar "cerca de US$ 1,5 milhão" nesses esconderijos que posteriormente entregou à viúva de Pablo, Victoria. "Ela diz que está passando fome, mas eu não sabia que a fome engordava", comentou, rindo.
Atualmente, Alba afirma viver com "paz e tranquilidade" e não mantém contato com Victoria ou seus filhos. Sobre Juan Pablo Escobar Henao, um sobrinho que a acusou de roubar milhares de dólares de um esconderijo, ela declarou: "Não quero mais vê-los na minha vida", acrescentando que sabe muito pouco da vida deles porque "não tem interesse de saber".
