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Glauber Braga encerra greve de fome após acordo com Hugo Motta

Deputado do PSOL terá ao menos 60 dias para tentar reverter perda de mandato no plenário, o protesto durou 8 dias.
Glauber Braga encerra greve de fome após acordo com Hugo MottaAssessoria Glauber Braga/Divulgação/Agência Brasil

O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) decidiu encerrar a greve de fome que mantinha desde 9 de abril após um acordo com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB).

Segundo o parlamentar, a Casa se comprometeu a não pautar o processo de cassação em plenário antes de um prazo de 60 dias, período no qual ele buscará apoio para tentar reverter a decisão do Conselho de Ética.

A suspensão da greve ocorreu na tarde desta quinta-feira (17), após a união dos deputados Lindbergh Farias (PT-RJ) e Sâmia Bomfim (PSOL-SP) com Motta. Braga ficou oito dias em protesto no Plenário 5 da Câmara, consumindo apenas água, soro e isotônicos, e perdeu cerca de cinco quilos durante o período.

O compromisso firmado foi apresentado por Hugo Motta nas redes sociais: "Garanto que, após deliberação da CCJ, qualquer que seja ela, não submeteremos o caso do deputado ao Plenário da Câmara antes de 60 dias para que ele possa exercer a defesa do seu mandato parlamentar", escreveu no X.

Antes de oficializar a decisão, Glauber submeteu o acordo a um plenário de apoiadores. Cerca de trinta pessoas estavam presentes, incluindo a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. De acordo com sua equipe, por orientação médica, Braga seguirá um protocolo para retomar gradualmente a alimentação.

A cassação foi aprovada pelo Conselho de Ética da Câmara em 9 de abril, por 13 votos a 5. O motivo foi uma agressão ao youtuber Gabriel Costenaro, integrante do MBL, ocorrida em abril de 2024. O deputado ainda pode apresentar recurso à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) até terça-feira (22), e a comissão tem até cinco dias para análise.

Se o recurso for aceito, o caso retornará ao Conselho de Ética. Se rejeitado, seguirá ao plenário, onde o presidente da Câmara garantiu que só será confirmado após o prazo acordado.