
Rússia reage à possível entrega de mísseis Taurus à Ucrânia

Moscou vai considerar um eventual ataque com mísseis alemães Taurus contra alvos em território russo como participação direta de Berlim no conflito ao lado de Kiev. A declaração foi feita nesta quinta-feira (17) pela porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova.
"Como o disparo real desses mísseis de cruzeiro é impossível sem a assistência direta de militares da Bundeswehr, um ataque deles a quaisquer instalações russas, infraestrutura de transporte de importância crítica, como alvo, [...] será considerado participação direta da Alemanha em ações militares ao lado do regime de Kiev, com todas as consequências decorrentes para a Alemanha", afirmou Zakharova.

Ela também comentou a fala do futuro chanceler alemão, Friedrich Merz, que sugeriu que a Ucrânia ataque a ponte da Crimeia.
Segundo ele, "há mais de três anos, o Exército ucraniano está sempre um passo atrás", mas deveria ter capacidade de assumir a ofensiva, por exemplo, destruindo a ponte de Kerch, considerada "a conexão terrestre mais importante entre a Rússia e a Crimeia, por onde passam a maioria dos suprimentos militares para o Exército russo".
Para Merz, essa postura permitiria à Ucrânia "retomar uma posição estratégica no processo de manter-se à frente da situação".
Possibilidade de mandar mísseis Taurus para Ucrânia
Merz também reconheceu a possibilidade de fornecer mísseis de cruzeiro Taurus ao regime de Kiev, conforme prometido durante a campanha eleitoral.
"Os parceiros europeus já estão fornecendo mísseis de cruzeiro. Os britânicos estão fazendo isso, os franceses estão fazendo isso, os americanos também estão fazendo isso. Isso deve ser coordenado e, se houver acordo, a Alemanha deve participar", afirmou.
Apesar de a Alemanha ser hoje o segundo maior fornecedor de armas para a Ucrânia — e o principal entre os países europeus —, o governo do chanceler Olaf Scholz ainda evita enviar os mísseis Taurus, alegando que a medida poderia agravar o conflito.
