A Índia está tentando atrair empresas norte-americanas que desejam transferir a produção da China em meio à guerra comercial, informou o The Economic Times na quarta-feira (16), citando pessoas próximas a representantes do setor industrial indiano.
Segundo uma fonte, as autoridades da Índia já identificaram de 10 a 12 setores nos quais o país pode apresentar uma vantagem competitiva e decidiu impulsionar o desenvolvimento deles. Entre os setores estão o de eletrônicos, automóveis, brinquedos, ar-condicionado, eletrodomésticos, químico, farmacêutico, entre outros.
A iniciativa foi revelada antes das negociações virtuais para um acordo comercial bilateral entre Nova Délhi e Washington que devem começar nos próximos dias.
"Oportunidade de ouro"
A transferência de cadeias de suprimentos de produtos eletrônicos da China é um dos principais objetivos do governo indiano dado o rápido crescimento do setor impulsionado principalmente por programas estatais.
"O setor de eletrônicos indiano vê uma oportunidade de ouro para atrair investimentos", observa a publicação. Os smartphones importados da China para os EUA estão sujeitos a tarifas de 20%, enquanto que os fabricados na Índia estão isentos.
No entanto, executivos do setor indiano advertem ser necessário um roteiro de planejamento meticuloso para aproveitar ao máximo as oportunidades que devem surgir. Caso contrário, outros países, como o Vietnã, poderão se tornar o maior beneficiário da mudança das cadeias de suprimentos globais.
- Na semana passada, o ministro das Relações Exteriores da Índia, Subrahmanyam Jaishankar, afirmou que seu país está preparado "com um alto grau de urgência" para avançar rapidamente em um acordo comercial com os EUA após o anúncio do presidente Donald Trump de suspender as tarifas recíprocas sobre dezenas de países, incluindo a própria Índia, enquanto as taxas sobre a China aumentam.
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