Donald Trump se irritou ao saber do apoio que os líderes da União Europeia ofereceram a Vladimir Zelensky após o embate entre os dois, ocorrido em 28 de fevereiro na Casa Branca, segundo informações publicadas pelo Politico nesta quarta-feira, com base em fontes próximas ao assunto.
De acordo com essas fontes, o presidente americano ficou especialmente contrariado com o fato de que Zelensky tenha sido recebido no dia seguinte em Londres. Durante sua passagem pelo Reino Unido, o líder ucraniano encontrou-se com o primeiro-ministro Keir Starmer, que chegou a abraçá-lo, e com o rei Charles III. Um funcionário britânico afirmou que a equipe de Trump "não gostou da imagem que ficou... de como tudo aconteceu".
Trump também teria ficado furioso com declarações feitas por Zelensky no aeroporto de Londres, antes de deixar o país, nas quais afirmou que um acordo de paz com Moscou ainda estava "muito, muito distante". Para alguns funcionários, essas falas foram "o estopim" para que os Estados Unidos suspendessem a ajuda militar à Ucrânia apenas 24 horas depois.
Tentativas de reduzir as tensões
Diante da situação, os principais diplomatas da França, do Reino Unido e da Alemanha passaram semanas tentando reparar as relações seriamente abaladas entre Trump e Zelensky.
Segundo um diplomata francês, enquanto Starmer conversava por telefone com ambos e enviava seu principal assessor de segurança nacional a Washington e Kiev, a diplomacia francesa colaborava na redação dos termos de "uma carta conciliadora" que Zelensky enviaria a Trump.
Apesar disso, os esforços dos líderes europeus parecem ter sido em vão, e a relação entre o presidente americano e o líder ucraniano permanece tensa, conclui o artigo.
No fim de fevereiro, Trump e Zelensky protagonizaram uma ríspida discussão durante uma reunião em Washington. O encontro no Salão Oval foi marcado por trocas de acusações e terminou com a saída abrupta de Zelensky da Casa Branca, antes do previsto.
Após a reunião, Trump declarou que Zelensky "não está pronto para a paz" e que "faltou com o respeito aos EUA", acrescentando que o presidente ucraniano "se acha poderoso porque tem os EUA ao seu lado", mas que sairá derrotado no conflito com a Rússia se continuar lutando sem o apoio que tinha sob o governo de Joe Biden.