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Dinamarca enviará militares à Ucrânia para treinamento

Moscou afirmou que os soldados estrangeiros em solo ucraniano poderão ser considerados ''alvos legítimos'', mesmo que estejam fora do front.
Dinamarca enviará militares à Ucrânia para treinamentoSean Gallup/Getty Images

O governo da Dinamarca anunciou nesta semana que enviará soldados ao território ucraniano para participar de treinamentos voltados ao uso de drones em operações militares. A decisão marca a primeira vez que tropas dinamarquesas atuarão diretamente em solo ucraniano desde o início do conflito, ainda que em caráter não combativo. Os militares não participarão de ações de combate, segundo o chefe do Estado-Maior do Exército Dinamarquês, Major General Peter Boysen, em uma entrevista à TV 2 publicada na quarta-feira (16).

De acordo com Boysen, algumas equipes serão enviadas para observar de perto as experiências vividas pelos ucranianos no campo de batalha. Em sua fala, o militar afirmou que os drones de ataque são responsáveis por "mais de 70% das mortes de ucranianos contra as forças russas".

Conforme o plano da Dinamarca, os treinamentos devem durar entre uma a duas semanas, começando o mais rápido possível.

Dinamarqueses serão ''alvos legítimos''

A reação do governo russo foi imediata. O embaixador da Rússia em Copenhague, Vladimir Barbin, afirmou que os soldados estrangeiros em solo ucraniano poderão ser considerados "alvos legítimos", mesmo que estejam fora do front. A ameaça eleva a tensão entre Moscou e os países membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), especialmente aqueles que ampliam sua cooperação direta com Kiev.

"Nesse sentido, gostaríamos de lembrar que as instalações militares, incluindo quartéis-generais, centros de treinamento e educação, bem como as localizações de pessoal militar e equipamentos militares, tanto no interior do território ucraniano quanto na linha de frente, são alvos legítimos para as forças armadas russas", afirmou Barbin.

A medida dinamarquesa faz parte de um pacote mais amplo de apoio militar à Ucrânia, que inclui ainda o envio de armamentos, equipamentos e recursos financeiros. A iniciativa acompanha a crescente participação de países ocidentais no treinamento e fornecimento de tecnologia militar para as forças ucranianas.

O governo da Dinamarca reforçou que continuará ao lado da Ucrânia "pelo tempo que for necessário", destacando a importância de apoiar Kiev.