
Vucic resiste a ameaças da UE e viajará à Rússia para o Dia da Vitória

O presidente da Sérvia, Aleksandar Vucic, reafirmou nesta quarta-feira (16) sua decisão de viajar à Rússia para participar do desfile militar do Dia da Vitória, que será realizado em 9 de maio, em Moscou, apesar das ameaças feitas por autoridades europeias após o anúncio de sua visita.
Vucic foi alertado de que a Sérvia poderia ser impedida de ingressar na União Europeia caso ele se reúna com o presidente russo, Vladimir Putin. Belgrado solicitou sua entrada no bloco em 2009 e foi reconhecida como candidata à adesão em 2012. Mesmo assim, o mandatário defendeu sua decisão, afirmando que irá "mesmo que o céu desabe sobre minha cabeça".
Ele ainda declarou que não "enganou nem mentiu para ninguém", pois havia anunciado sua participação há oito meses e, "ao contrário de muitos líderes europeus", não se encontra com seu homólogo russo há mais de três anos.

"O euronazismo está renascendo"
"Precisamos garantir que entendam que certas decisões têm um custo", declarou o secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores da Estônia, Jonatan Vseviov, apontando que "a consequência será que não entrarão na UE". "Os russos se esforçaram bastante para que as pessoas compareçam. [...] Para nós, isso será uma prova de fogo importante. Basicamente, queremos ver se estão do nosso lado ou se jogam no time adversário", acrescentou o presidente da Sérvia.
A decisão de líderes, como o presidente da Sérvia e o primeiro-ministro da Eslováquia, de participar do desfile militar em Moscou pelo 80º aniversário da vitória sobre o nazismo gerou críticas da União Europeia.
A UE advertiu que países candidatos ao bloco não devem comparecer, sinalizando possíveis consequências diplomáticas. Em resposta, os líderes criticaram as ameaças como desrespeitosas, e a Rússia acusou a postura europeia de lembrar práticas autoritárias do passado.
Apesar da tensão, o Kremlin espera mais de 20 chefes de Estado e de governo no evento. A celebração busca reforçar a memória do papel central da URSS na derrota do nazismo, com destaque para os cerca de 27 milhões de mortos soviéticos e a libertação de diversos países europeus pelo Exército Vermelho.
