
México diverge do Brasil e afirma não reconhecer reeleição de Noboa no Equador

A presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, afirmou, nesta quarta-feira (16), que seu país não terá relações com o Equador enquanto Daniel Noboa, reeleito no último domingo (13), permanecer como presidente do país sul-americano.

"Não temos relações com o Equador, nem continuaremos a tê-las enquanto Noboa for presidente", declarou Sheinbaum em uma coletiva de imprensa.
A presidente citou como razão o fato de Noboa ser responsável pela "invasão" da Embaixada do México em Quito, ocorrida em abril de 2024. Na ocasião, as forças de segurança equatorianas entraram na sede diplomática para prender o ex-vice-presidente Jorge Glas, que estava refugiado. A ação foi reconhecida pelo próprio presidente equatoriano.
Assim que ocorreu o ataque à embaixada, o México, então sob o governo de Andrés Manuel López Obrador,rompeu relações diplomáticas com o Equador. O caso foi levado à Corte Internacional de Justiça (CIJ).
"Triunfo duvidoso"
Em meio às alegações de fraude nas eleições do Equador, a presidente mexicana chamou a vitória de Noboa de "muito duvidosa".
Após o anúncio do resultado das eleições no domingo, a oposição equatoriana se recusou a reconhecer os resultados. "Está cometendo fraude, a fraude mais grotesca, e eu o denuncio publicamente", disse a ex-candidata de oposição do Equador, Luisa González.
A vitória de Noboa também se tornou fonte de preocupações para a Organização dos Estados Americanos (OEA), que, embora tenha destacado "condições desiguais", reconheceu a vitória.
E o Brasil?
Apesar da grande repercussão na opinião pública gerada por alegações de fraude, o presidente do Brasil, Lula da Silva, endossou a vitória de Noboa.
"O Brasil seguirá trabalhando com o Equador em defesa do multilateralismo, pela integração sul-americana e pelo desenvolvimento sustentável da Amazônia", declarou.
Após felicitar publicamente o presidente equatoriano, Lula enfrentou diversas críticas nos comentários em sua mensagem.
Os críticos relembraram que o presidente brasileiro havia reagido de maneira diferente às alegações de fraude nas eleições na Venezuela.

