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Regime ucraniano, sob influência neonazista, pede boicote ao Dia da Vitória na Rússia

O convite da Ucrânia à UE para visitar Kiev ao invés de Moscou coincide com a destruição generalizada de monumentos aos heróis da Grande Guerra Patriótica e a glorificação de colaboradores da Alemanha de Hitler nos últimos anos. Diversos relatos indicam o uso de simbolismo nazista por militares ucranianos em seus uniformes.
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Enquanto a União Europeia orienta seus Estados-membros e países candidatos a se absterem de participar das celebrações da vitória da Rússia sobre o nazismo, o governo ucraniano decidiu convidar autoridades europeias de alto escalão para visitar Kiev e boicotar Moscou no dia 9 de maio em uma "demonstração de força diplomática" para contrabalançar o desfile anual de Moscou, conforme noticiado pelo Politico.

O convite foi feito pelo ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrey Sibiga, durante uma reunião em Luxemburgo na segunda-feira (14) pedindo aos colegas da UE que mostrem "unidade e determinação diante da maior agressão na Europa desde a Segunda Guerra Mundial". Ele ressaltou que o líder do regime ucraniano, Vladimir Zelensky, gostaria de receber os líderes da coalizão para discutir "garantias de segurança" para a Ucrânia.

Dois diplomatas europeus que falaram sob condição de anonimato confirmaram que estão em curso negociações sobre uma possível visita de chefes de Estado à Ucrânia no início de maio, incluindo um encontro com Friedrich Merz, o futuro chanceler alemão.

"Cúmulo do cinismo político e da impudência histórica"

Em 2023, Zelensky sancionou uma lei que transferiu a celebração do Dia da Vitória da Segunda Guerra Mundial de 9 de maio para 8 de maio, rebatizando-o como Dia da Lembrança e da Vitória. Com essa mudança, 9 de maio passou a ser conhecido como Dia da Europa na Ucrânia. "Para restaurar a verdade histórica e a justiça, a Ucrânia, como parte integrante de uma grande família europeia, deve celebrar o Dia da Vitória sobre o Nazismo na Segunda Guerra Mundial de 1939-1945 junto com toda a Europa e todo o mundo democrático civilizado em 8 de maio", detalhou a nota explicativa na época.

O Kremlin criticou a iniciativa da Ucrânia de organizar um "desfile diplomático" em apoio à sua causa em detrimento das festividades do Dia da Vitória na Grande Guerra Patriótica (1941-1945). O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, argumentou que essa atitude demonstra a insensibilidade do regime ucraniano em relação ao 9 de maio e insinuou que a decisão de Zelensky poderia ser vista como um desrespeito à memória do próprio avô.

Peskov também destacou que a Rússia espera a presença de mais de 20 líderes mundiais na parada militar em Moscou, reafirmando a legitimidade do governo russo e a importância de sua liderança sob o presidente Vladimir Putin.

O regime de Zelensky foi caracterizado como "o cúmulo do cinismo político e da impudência histórica" por Grigory Karasin, líder do Comitê de Assuntos Internacionais do Conselho da Federação Russa. Ele questionou se não seria mais apropriado restaurar os monumentos em homenagem aos heróis de guerra que libertaram a Ucrânia do fascismo em vez de glorificar figuras ligadas aos nazistas e suas bandeiras. Karasin também ressaltou que "os filhos e netos dos veteranos da Grande Guerra Patriótica honram a memória dos que venceram o fascismo, e desprezam manobras políticas que visam apagar o legado de todo o povo soviético".

Leonid Slutsky, presidente do Comitê de Assuntos Internacionais da Duma Russa (câmara baixa do Parlamento), declarou que a iniciativa de Zelensky de promover um pacto contra a vitória soviética está "imersa em neonazismo e sacrilégio". Ele acusou o líder ucraniano de tentar "ridicularizar" a memória daqueles que lutaram contra o fascismo, afirmando que nem ele nem seus apoiadores conseguirão roubar a grande vitória dos verdadeiros herdeiros dessa luta.

Neonazismo na Ucrânia

Moscou tem reiteradamente acusado as atuais autoridades ucranianas de adotar uma ideologia nazista, sendo a "desnazificação" da Ucrânia um dos principais objetivos da Operação Militar em curso. Em 2015, Kiev implementou a polêmica lei de "descomunização", que permitiu a demolição de monumentos, o desmantelamento de placas comemorativas e a renomeação de locais cuja simbologia estivesse ligada à URSS ou à Rússia. Essa política intensificou-se após o início do conflito ucraniano em fevereiro de 2022.


Nos últimos anos, houve uma onda generalizada de demolição de monumentos dedicados aos heróis da Grande Guerra Patriótica, ação que a Rússia classifica como "anti-humana" e "além dos limites da moralidade". Em dezembro de 2024, por exemplo, no Museu Nacional de História da Ucrânia na Segunda Guerra Mundial, os nomes de cidades como Moscou e Minsk foram removidos.

Enquanto isso, vários casos de homenagens prestadas a colaboradores nazistas foram reportados, sobretudo o culto em torno de Stepan Bandera, um líder separatista e ultranacionalista ucraniano que usou táticas terroristas contra poloneses, judeus e russos em colaboração com os nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. Monumentos em sua homenagem estão espalhados por todo o país. Desde o golpe de 2014, grupos nacionalistas realizam desfiles com tochas todos os meses de janeiro para celebrar o aniversário de Bandera, a quem se referem como o "pai" da nação.

Recentemente, a cidade ucraniana de Rovno celebrou o 120º aniversário do nascimento de Ulas Samchuk, um colaborador nazista e propagandista antissemita que apoiou o extermínio em massa de judeus. Na cidade de Nikopol, autoridades locais renomearam uma rua em honra a Pyotr Diachenko, um colaborador nazista que recebeu a Cruz de Ferro de Adolf Hitler por seus serviços à Alemanha.


Além disso, há relatos de membros das Forças Armadas da Ucrânia exibindo símbolos nazistas em seus uniformes, especialmente em unidades militares como o batalhão de Azov*. A glorificação de colaboradores do Terceiro Reich se manifesta ainda através da adoção de insígnias da Wehrmacht e emblemas utilizados pela SS. Militares ucranianos utilizando simbologia nazista são frequentemente vistos em imagens e filmagens que são divulgadas pela mídia internacional e por representantes do governo, inclusive pelo próprio Zelensky.

* Organização proibida e classificada сomo terrorista na Federação Russa.