China acusa os EUA de deixarem América Latina 'com as veias abertas'

O porta-voz da chancelaria chinesa fez uma referência ao escritor Eduardo Galeano ao criticar a pilhagem histórica e forma intimidatória com que os EUA lidam com os países latino-americanos.

Os Estados Unidos não têm autoridade para ditar a forma como os países latino-americanos devem interagir com a China, afirmou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, na terça-feira (15).

"A intimidação e a pilhagem de longo prazo dos EUA deixaram a América Latina com as veias abertas. Os Estados Unidos não estão em posição de apontar o dedo para a cooperação entre a China e os países da América Latina e do Caribe", declarou o porta-voz, numa clara referência ao célebre livro "As veias abertas da América Latina" do escritor uruguaio Eduardo Galeano.

O porta-voz ressaltou que as relações de Pequim com as nações da região são "baseadas no respeito mútuo, igualdade e benefícios recíprocos", e destacou que essa colaboração tem impulsionado significativamente o desenvolvimento socioeconômico dos países latinos, que a receberam positivamente.

As declarações surgiram após o Secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, classificar os acordos da China com os países do Sul Global como "predatórios" e exigir que o governo argentino encerrasse sua linha de crédito de swap com Pequim.

Governo Trump se refere à América Latina como seu 'quintal'

O secretário de Defesa, Pete Hegseth, em entrevista recente à Fox News declarou que a “influência chinesa não pode controlar o nosso próprio quintal, especialmente um fluxo aquático tão crucial como o Canal do Panamá".

Antes disso, também à Fox News, culpou Obama por supostamente ter deixado que a China "invadisse toda a América do Sul e Central com sua influência econômica e cultural. [...] O presidente Trump disse: 'basta, vamos tomar nosso quintal de volta'".