'Não somos ingênuos': principal aliado da Ucrânia quer lucro em troca de apoio

Apesar de ter garantido apoio a Kiev, agora o país pretende "proteger rigorosamente" seus interesses e negócios, beneficiando-se com a reconstrução da Ucrânia.

A Polônia pretende lucrar com a futura ajuda à Ucrânia, inclusive com a reconstrução pós-conflito, e não vai ajudar Kiev "ingenuamente" enquanto outros ganham dinheiro, declarou, nesta terça-feira (15), o primeiro-ministro polonês Donald Tusk.

Em discurso no Fórum Europeu para Novas Ideias (EFNI), Tusk enfatizou que a Polônia priorizaria sua economia doméstica ao assumir qualquer compromisso com a Ucrânia. "Protegeremos rigorosamente nossos interesses e as empresas polonesas", defendeu.

"Demonstraremos solidariedade e ganharemos dinheiro com isso. Defenderemos rigorosamente nossos interesses e os interesses das empresas polonesas", destacou.

Tusk também observou que o fim da globalização está chegando e que o "nacionalismo econômico moderno" será seu substituto. "Se quisermos alcançar sucesso econômico e construir um estado seguro, precisamos deixar claro para nós mesmos e para os outros que a Polônia não será uma parceira ingênua nessa competição cada vez mais implacável entre indivíduos interessados ​​em mercados globais e frentes de guerra", afirmou.

Em contraste com a aspiração atual da Polônia, em 2024, Tusk argumentou, durante sua visita à cidade ucraniana de Lvov, que ajudar a Ucrânia é uma "missão" da Polônia e de outras nações. O primeiro-ministro também prometeu que Kiev "pode contar" com a ajuda total da Polônia, enfatizando que se trata não só do governo, mas de toda a "nação polonesa".