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Funcionário de alto escalão de Trump pressiona Europa a escolher entre EUA e China

"Se vocês estão preocupados com a Starlink, esperem pela versão do Partido Comunista Chinês, aí vocês realmente ficarão preocupados", ironizou o presidente da Comissão Federal de Comunicações dos EUA.
Funcionário de alto escalão de Trump pressiona Europa a escolher entre EUA e ChinaGettyimages.ru / Brandon Bell

Um dos principais funcionários do governo do presidente americano, Donald Trump, incitou os aliados europeus a escolherem entre a parceria com a empresa americana de comunicações por satélite Starlink ou mudar para uma alternativa chinesa, informou nesta terça-feira (15) o Financial Times.

"Se a Europa tiver sua própria constelação de satélites, ótimo, [...]. Mas, em geral, acho que a Europa está um pouco presa entre os EUA e a China. E é hora de tomar uma decisão", disse Brendan Carr, presidente da Comissão Federal de Comunicações dos EUA, segundo o veículo.

Vários países e empresas europeias passaram a duvidar que a Starlink, de propriedade do magnata Elon Musk, seja um parceiro confiável depois que Washington ameaçou cortar os serviços para a Ucrânia e desencadeou uma guerra comercial contra a China.

Nesse contexto, Carr afirmou que "as democracias ocidentais aliadas" deveriam "se concentrar na verdadeira ameaça de longo prazo: a ascensão do Partido Comunista Chinês (PCC)".

"Se vocês estão preocupados com a Starlink, esperem pela versão do PCC, aí vocês ficarão realmente preocupados", ironizou.

Aliados "antiamericanos"

Carr também acusou a UE de protecionismo, citando a atitude "antiamericana" e o "preconceito" contra empresas de tecnologia dos EUA.

Segundo ele, as empresas europeias de telecomunicações Nokia e Ericsson deveriam transferir mais de sua produção para os EUA, já que ambas enfrentam o impacto das tarifas de Trump.

  • No início de abril, Trump anunciou tarifas recíprocas massivas contra vários países. A UE retaliou com a proposta de tarifas de 25% sobre produtos dos EUA, o que implicará em sobretaxas no valor de 21 bilhões de euros, embora o bloco continue apoiando uma solução negociada.

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