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Comércio entre Brasil e Estados Unidos bate recorde no 1º trimestre de 2025

O crescimento de 6,6% em relação ao mesmo trimestre de 2024 ocorre em meio a um cenário de ajustes nas políticas comerciais, marcado, inclusive, pela recente aplicação de tarifas norte-americanas sobre produtos brasileiros.
Comércio entre Brasil e Estados Unidos bate recorde no 1º trimestre de 2025Matt Mawson/Getty Images

O intercâmbio comercial entre o Brasil e os Estados Unidos alcançou um novo patamar histórico nos primeiros três meses de 2025, de acordo com o relatório trimestral Monitor do Comércio Brasil-EUA, publicado nesta segunda-feira (14). De janeiro a março, as trocas entre os dois países somaram US$ 19,97 bilhões, o maior valor nominal já registrado para o período desde o início da série histórica, em 1997, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

O crescimento de 6,6% em relação ao mesmo trimestre de 2024 ocorre em meio a um cenário de ajustes nas políticas comerciais, marcado, inclusive, pela recente aplicação de tarifas norte-americanas sobre produtos brasileiros. Ainda assim, o fluxo manteve uma trajetória ascendente, impulsionado sobretudo pelas exportações de commodities como ferro, aço e alumínio.

Entre os destaques, as exportações de sucos cresceram 74,4%, seguidas por óleos combustíveis (+42,1%), café não torrado (+34%), aeronaves (+14,9%) e semiacabados de ferro ou aço (+14,5%). A carne bovina também registrou um desempenho expressivo, com alta de 111,8% e entrada no ranking dos dez produtos mais vendidos aos EUA, assumindo a 9ª posição.

Apesar do bom desempenho no trimestre, março registrou uma leve retração. As exportações brasileiras para os Estados Unidos somaram US$ 556,4 milhões no mês, uma queda de 4,4% em relação ao mesmo período de 2024.

A tendência de expansão no comércio bilateral dependerá, nos próximos meses, não apenas da demanda por commodities, mas também da capacidade dos dois países de preservar um ambiente diplomático estável. O fortalecimento das relações comerciais exigirá ajustes que ampliem a competitividade dos produtos brasileiros no mercado norte-americano, especialmente diante das recentes medidas protecionistas adotadas por Washington.

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