O presidente do Chile, Gabriel Boric, parabenizou nesta segunda-feira (14) Daniel Noboa por sua vitória nas eleições presidenciais no Equador, apesar das alegações de irregularidades da oposição.
"Do Chile, saudamos o povo equatoriano por sua participação democrática ontem. Parabenizo o presidente eleito Daniel Noboa por este novo período que se inicia", declarou Boric em postagem no X.
Ele acrescentou que "também reconhece" aqueles que "como Luisa Gonzalez [rival de Noboa nas eleições do domingo], contribuíram para fortalecer o debate democrático com visão e coragem".
A mensagem do presidente chileno logo provocou uma onda de críticas nos comentários com usuários destacando o forte contraste com sua recusa de reconhecer, pela mesma natureza de alegações, a vitória eleitoral do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, a quem Boric acusou de "perseguição" aos opositores.
Atritos com a Venezuela
Em agosto do ano passado, Boric acusou a Venezuela de "fraudar eleições" após a vitória de Nicolás Maduro nas eleições presidenciais de julho de 2024. A acusação provocou reação imediata da Venezuela, mas não fez o presidente chileno mudar a postura.
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, também não reconheceu formalmente a vitória de Maduro, solicitando transparência com as atas de votação. Desde então, as tensões entre Brasil e Venezuela também vêm se intensificando. O atrito diplomático mais recente se deu em outubro quando o Brasil vetou a possível entrada da Venezuela no BRICS.
Eleições no Equador
Realizada no domingo (13), a eleição no Equador marcou o segundo confronto entre Daniel Noboa, da Acción Democrática Nacional (ADN), e Luisa González, do movimento Revolución Ciudadana (RC). Noboa alcançou 55,84% dos votos e foi declarado o vencedor das eleições.
Durante as eleições, algumas organizações acusaram o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) de "desestabilizar" a democracia no país enquanto a oposição afirmou não reconhecer os números apurados.
"Não reconhecemos os resultados", disse a candidata da esquerda a partidários reunidos em Quito, capital do país, que repetiam as palavras de ordem "fraude" e "recontagem".