
Moscou não irá tolerar vizinhança 'tóxica' manipulada pelo Ocidente, adverte diplomata russo

As aspirações do Ocidente de dividir a Ucrânia em zonas militarizadas de controle são inaceitáveis para a Rússia e podem levar a uma nova escalada do conflito, afirmou recentemente Rodion Miroshnik, embaixador russo responsável por supervisionar investigações de crimes de guerra, de acordo com informações da imprensa russa.

Comentando a suposta proposta de Keith Kellogg, enviado presidencial dos EUA para a Ucrânia, de repartir o país, Miroshnik criticou o que chamou de postura colonial do Ocidente e reiterou que Moscou se opõe à presença de tropas de qualquer país da OTAN em território ucraniano.
Segundo ele, uma "ocupação" por forças ocidentais apenas confirmaria o status da Ucrânia como "território sob mandato", governado por um regime fantoche. Miroshnik afirmou que a Rússia não aceitaria ter um vizinho considerado tão "tóxico".
Divisão da Ucrânia?
Em entrevista publicada na sexta-feira (11) pelo jornal britânico The Times, Keith Kellogg — figura de destaque na equipe do presidente dos EUA, Donald Trump, nos esforços para encerrar o conflito ucraniano — sugeriu que tropas do Reino Unido e da França poderiam estabelecer zonas de controle no oeste da Ucrânia, como parte de uma "força de reassentamento", enquanto militares russos permaneceriam no leste.
De acordo com a proposta, as zonas seriam separadas por forças ucranianas e por uma faixa desmilitarizada de 29 quilômetros ao longo das atuais linhas de frente. O rio Dnieper funcionaria como barreira natural.
"Seria algo semelhante ao que aconteceu com Berlim após a Segunda Guerra Mundial", disse Kellogg, segundo a imprensa.
A repercussão foi imediata, e o político tratou de esclarecer suas declarações, alegando que não estava propondo a divisão do território ucraniano.

