A crescente disputa tarifária entre os EUA e a China tem beneficiado o setor agrícola brasileiro, ao mesmo tempo em que prejudica os agricultores americanos, uma vez que Pequim busca aumentar suas importações do Brasil, incluindo produtos como soja e carne bovina, de acordo os gráficos divulgados no domingo (13) pelo Financial Times.
O Brasil se destacou como o grande vencedor na primeira guerra comercial liderada pelo presidente Donald Trump, superando os EUA como principal fornecedor de alimentos para a China, observa o jornal.
Brasil pronto para avançar ainda mais
Com as exportações brasileiras em ascensão já antes do aumento das tarifas de 145% impostas por Trump e dos 125% adicionados pela China, o Brasil agora "parece estar pronto para avançar ainda mais".
"É uma bênção para os agricultores do Brasil e da Argentina e ajudará muito o setor", disse Ishan Bhanu, analista líder de agricultura do provedor de dados de commodities Kpler.
"As ramificações disso serão mais duradouras do que as medidas reais - na Ásia, os países construirão melhores relações com a América do Sul", acrescentou.
No primeiro trimestre de 2025, as vendas de carne bovina do Brasil para a China cresceram em um terço em relação ao ano anterior, enquanto as importações chinesas de aves aumentaram 19% em março.
Brasil é uma "opção estável"
Além disso, a demanda externa fez com que a soja brasileira fosse negociada com um prêmio de US$ 1,15 em relação à soja americana nos mercados internacionais, enquanto anteriormente apresentava um desconto de 25 centavos em janeiro.
Segundo Aurélio Pavinato, CEO da SLC Agrícola, a crescente demanda externa e a diversificação dos fornecedores pela China, junto com a percepção da Europa de que o Brasil é uma opção estável, resultaram em um aumento da procura e nos preços dos produtos agrícolas brasileiros.
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