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Próximo chanceler adverte para queda da renda dos alemães

Em meio ao aumento dos gastos militares, Friedrich Merz alegou a necessidade de ajustes no sistema de seguridade social para garantir a estabilidade econômica do país.
Próximo chanceler adverte para queda da renda dos alemãesGettyimages.ru / Maja Hitij

O futuro chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, reconheceu que muitos cidadãos do país podem ter redução na renda líquida ao longo de seu governo, devido ao aumento das contribuições para o estado de bem-estar social e à incerteza em relação à isenção de impostos.

Em entrevista publicada neste domingo (13) pelo jornal Bild, Merz abordou a preocupação com os custos crescentes das aposentadorias, da saúde e seguridade social, que estariam superando o ritmo das reformas e corroendo a renda das famílias alemãs.

"Infelizmente, essa é exatamente a tendência", afirmou Merz. "Não conseguimos implementar as reformas necessárias nos últimos 30 anos."

Ao ser questionado se a renda dos cidadãos cairia, Merz respondeu: "Do ponto de vista atual, esses temores certamente não são infundados. Mas será nossa tarefa dissipá-los e fazer a coisa certa, para que, ao final deste mandato, as pessoas possam dizer: estamos melhores do que no começo."

Segundo o chanceler, o acordo de coalizão entre os democrata-cristãos (CDU/CSU) e os social-democratas (SPD) prevê a garantia de que as aposentadorias não fiquem abaixo de um limite mínimo até 2031.

Enquanto isso, Merz confirmou que CDU/CSU e SPD ainda não chegaram a um consenso sobre um pacote de redução do imposto de renda para os trabalhadores, embora a coalizão tenha se comprometido a reduzir os tributos para as empresas.

Questionado se seu partido descumpriu promessas de campanha relacionadas ao "freio da dívida", Merz reconheceu a crítica. Embora a CDU tenha defendido anteriormente a manutenção da regra constitucional que limita o endividamento público, após a eleição o bloco de Merz e o SPD propuseram um pacote de 1 trilhão de euros, financiado com dívida, para investimentos militares e infraestrutura.

A expectativa é que Merz seja formalmente confirmado como chanceler nas próximas semanas, à medida que avançam as negociações com o SPD para a formação do novo governo.

As declarações foram dadas num momento em que pesquisa recente do instituto Ipsos apontou 24% de apoio ao bloco CDU/CSU, atrás da sigla de direita Alternativa para a Alemanha (AfD), que registrou 25%.

Saiba quem é Friedrich Merz no nosso artigo