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Argentina confirma novo acordo com o FMI e fim das restrições contra o dólar

A agência internacional de empréstimos aprovou um programa de US$ 20 bilhões.
Argentina confirma novo acordo com o FMI e fim das restrições contra o dólarAP / Andrew Medichini

O ministro da Economia da Argentina, Luis Caputo, anunciou na sexta-feira que, a partir de segunda, suspenderá as restrições à compra de dólares. As medidas, que vieram a ser conhecida como ''cepo'', foram adotada antes do governo Milei para manter a taxa de câmbio estável. 

"O abandono do corredor cambial nas atuais condições macroeconômicas atrairá novos investimentos", afirmou a autoridade na mesma conferência de imprensa em que anunciou o acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

"O novo acordo significa que estamos concluindo a terceira fase do nosso programa econômico", afirmou Caputo. Segundo ele, as etapas são: eliminação do déficit fiscal, abandono de gastos e emissões quase fiscais e, em seguida, recapitalização do Banco Central. 

Acordo com o FMI

Nesse contexto, o Banco Central anunciou que o programa de US$ 20 bilhões do FMI inclui US$ 15 bilhões disponíveis em 2025. US$ 12 bilhões entrarão nos cofres do Estado argentino já na terça-feira, e outros US$ 2 bilhões serão adicionados em junho, superando as expectativas de analistas. O ministro solicitou um adiantamento de 40% do valor total.

O empréstimo terá uma taxa de 5,63%, um período de amortização de até 10 anos, revisões trimestrais e um prazo de 4 anos. 

Javier Milei, falando em rede nacional de televisão, anunciou o cancelamento final do corredor cambial, agradecendo à chefe do FMI, Kristalina Georgieva, mas observando que "o principal ônus foi suportado pelo Estado, não pelos argentinos".

O acordo fortaleceria as reservas, honraria os compromissos com o FMI e pagaria a dívida com o Banco Central, informou o chefe de gabinete Guillermo Francos na sexta-feira.

O dólar está "flutuando"

Em uma coletiva de imprensa, o ministro Caputo anunciou as principais mudanças na política monetária:

  • Cancelamento do 'cepo' a partir de segunda-feira (restrições monetárias em 2019) - para atrair investimentos.
  • Peso livremente flutuante a partir de 14 de abril em um corredor de 1.000 a 1.400 por dólar, com ajustes mensais na fronteira de ±1%.
  • Negação de desvalorização: "Esta é uma taxa de câmbio flutuante - seu nível será determinado pelo mercado", enfatizou Caputo, chamando outras interpretações de "um erro".

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