
Delegação iraniana já está em Omã para diálogos com os EUA

A delegação iraniana chegou à capital de Omã, Mascate, no sábado, para diálogos indiretos com o lado norte-americano, dedicadas a questões geopolíticas urgentes para a região do Oriente Médio, informa a agência IRNA.
Delegação iraniana está em Omã para diálogos com os EUA🗣🇮🇷 ''Os EUA devem apreciar essa decisão, que foi tomada apesar de sua retórica hostil"#Trump chegou a afirmar que ''se necessário'', ação militar seria realizada contra o país persa.▶️ Entenda: https://t.co/US8zUD3wplpic.twitter.com/3XjOBEwfmo
— RT Brasil (@rtnoticias_br) April 12, 2025
O ministro das Relações Exteriores do Irã , Abbas Araghchi, está liderando a delegação de seu país.
Enquanto isso, de acordo com dados da plataforma Flightradar, o avião do enviado espacial da Casa Branca, Steve Witkoff, que liderará a delegação dos EUA, também teria aterrissado no país árabe.
Autoridades iranianas afirmam que as conversas serão "indiretas", mas o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, anunciou que Witkoff manterá uma rodada de conversas "diretas" com "um líder iraniano sênior" em Omã. Da mesma forma, Donald Trump disse na segunda-feira que seu governo está mantendo negociações diretas com o Irãsobre o programa nuclear do país persa.
"Não podem ter armas nucleares"
Na noite anterior, Trump afirmou a repórteres sua rejeição à ideia de que o país persa obtenha um arsenal nuclear. ''Quero que eles prosperem, mas não podem ter armas nucleares", declarou, no interior do avião presidencial.
Witkoff, por sua vez, declarou ao The Wall Street Journal que os Estados Unidos exigirão nas negociações que o Irã desmantele seu programa nuclear, embora seja possível buscar compromissos para chegar a um acordo.

Teerã, no entanto, rejeitou em diferente ocasiões que esteja tentando adquirir armas nucleares, e manifestou cautela diante das conversas deste sábado. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Esmaeil Baqaei, declarou que o país está "dando à diplomacia uma chance genuína, de boa fé e com total vigilância".
"Os Estados Unidos devem apreciar essa decisão, que foi tomada apesar de sua retórica hostil", acrescentou Baqaei em uma declaração publicada no X na esteira das conversas.
Anteriormente, o país fez um gesto que surpreendeu alguns analistas, quando seu presidente afirmou não ser contra investimentos norte-americanos:
"O Líder Supremo [Khamenei] não se opõe aos investimentos dos EUA no Irã", afirmou Pezeshkian em entrevista à televisão estatal, acrescentando que Teerã é contra as "políticas erradas" de Washington e as "conspirações para destruir o país".
Relembre:
Há muito tempo, o Irã considera que Washington está por trás das tentativas de interferir e desestabilizar seu governo, desde o triunfo da Revolução Islâmica de 1979, que derrubou o governo da dinastia Pahlavi, apoiada pelos EUA
Omã é um mediador importante na nova rodada de negociações entre EUA e Irã - as primeiras desde que Donald Trump iniciou seu segundo mandato. Estrategicamente localizado ao longo do Estreito de Ormuz, o sultanato sempre foi conhecido por sua chamada diplomacia silenciosa e por servir como uma espécie de ponte diplomática
Os EUA contam com Omã há anos para negociar com o Irã, incluindo em conversas secretas sob o comando do presidente Barack Obama que levaram ao histórico acordo nuclear de 2015, assinado pelo Irã e potências mundiais. Em seu primeiro mandato Trump, retirou-se unilateralmente do tratado e retomou duras sanções.
ENTENDA O PROGRAMA NUCLEAR DO IRÃ LENDO NOSSO ARTIGO.
