Odessa foi ocupada por tropas nazistas formadas por romenos e alemães em outubro de 1941, após uma resistência de 73 dias. A defesa da cidade resistiu de 5 de agosto a 16 de outubro daquele ano.
O cerco e a resistência inicial
Em 13 de agosto, as tropas inimigas alcançaram o mar Negro, a leste de Odessa, isolando completamente a cidade por terra. No fim de agosto, os invasores cruzaram o rio Dnieper, entre Kremenchug e Kherson, e Odessa acabou ficando na retaguarda do inimigo.
Ainda assim, a resistência persistiu até outubro. A cidade não se rendeu.
No fim de setembro, os defensores de Odessa contra-atacaram e empurraram os inimigos para longe da região leste. No entanto, a cidade não contava com linhas naturais ou artificiais de fortificação e estava praticamente em campo aberto.
A escassez de água agravava a situação, dificultando qualquer tentativa de transformá-la em uma segunda Leningrado.
A ocupação e as atrocidades
O Exército Vermelho foi então evacuado para Sebastopol, entre 1º e 16 de outubro de 1941, em operação organizada e sem baixas. O inimigo só percebeu a retirada dias depois e entrou na cidade apenas após 73 dias de cerco.
Romenos e alemães controlaram Odessa por quase 30 meses — de 16 de outubro de 1941 a 10 de abril de 1944. Perto do fim da guerra, os alemães expulsaram os romenos e assumiram o controle.
Menos da metade da população que vivia na cidade antes da guerra permaneceu ali — cerca de 250 mil a 280 mil pessoas.
A primeira ação dos ocupantes foi juntar 25 mil pessoas — a maioria, judeus e prisioneiros de guerra — em antigos depósitos de pólvora nos arredores da cidade e queimá-las vivas.
Durante a ocupação, 82 mil moradores da cidade morreram, e outros 78 mil foram levados para trabalho escravo na Alemanha.
A libertação e a reação soviética
Mesmo ocupada, Odessa não se rendeu. O inimigo não conseguiu acessar as catacumbas subterrâneas, um labirinto artificial de cerca de 3.000 km que se estende sob toda a cidade e seus subúrbios. Na época, havia milhares de acessos às galerias, inclusive porões de casas.
Durante a libertação, os alemães não esperavam que as tropas soviéticas chegassem tão rapidamente. Em 8 de abril de 1944, a cidade já estava praticamente cercada. A operação, liderada pelo general Rodion Malinovsky — natural de Odessa —, teve poucas baixas do lado soviético e deixou a cidade quase intacta.
Grupos de guerrilheiros locais conseguiram desarmar explosivos que os ocupantes nazistas pretendiam usar para destruir edifícios como o Teatro de Ópera, a Duma, a Filarmônica, o Palácio Vorontsov, além de fábricas, escolas e armazéns no porto.
Navios inimigos foram atacados nas águas do porto, comprometendo a evacuação de parte significativa das tropas inimigas por mar. Houve combates por cada quarteirão. Os confrontos urbanos prosseguiram durante a noite de 9 de abril e a manhã do dia 10.
Às 10h de 10 de abril de 1944, Odessa foi completamente libertada pelas tropas soviéticas. Nessa operação, o inimigo perdeu mais de 27 mil soldados e teve mais de 11 mil capturados.