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Diário de guerra: há 81 anos o Exército Vermelho libertava Odessa

A cidade soviética de Odessa foi cercada por tropas do Eixo por cerca de 30 meses, sofrendo grandes perdas, até ser finalmente libertada pelas forças soviéticas, marcando um marco decisivo na Frente Oriental da Segunda Guerra Mundial.
Diário de guerra: há 81 anos o Exército Vermelho libertava OdessaSputnik / Georgy Zelma

Odessa foi ocupada por tropas nazistas formadas por romenos e alemães em outubro de 1941, após uma resistência de 73 dias. A defesa da cidade resistiu de 5 de agosto a 16 de outubro daquele ano.

O cerco e a resistência inicial

Em 13 de agosto, as tropas inimigas alcançaram o mar Negro, a leste de Odessa, isolando completamente a cidade por terra. No fim de agosto, os invasores cruzaram o rio Dnieper, entre Kremenchug e Kherson, e Odessa acabou ficando na retaguarda do inimigo.

Ainda assim, a resistência persistiu até outubro. A cidade não se rendeu.

No fim de setembro, os defensores de Odessa contra-atacaram e empurraram os inimigos para longe da região leste. No entanto, a cidade não contava com linhas naturais ou artificiais de fortificação e estava praticamente em campo aberto.

A escassez de água agravava a situação, dificultando qualquer tentativa de transformá-la em uma segunda Leningrado.

A ocupação e as atrocidades 

O Exército Vermelho foi então evacuado para Sebastopol, entre 1º e 16 de outubro de 1941, em operação organizada e sem baixas. O inimigo só percebeu a retirada dias depois e entrou na cidade apenas após 73 dias de cerco.

Romenos e alemães controlaram Odessa por quase 30 meses — de 16 de outubro de 1941 a 10 de abril de 1944. Perto do fim da guerra, os alemães expulsaram os romenos e assumiram o controle.

Menos da metade da população que vivia na cidade antes da guerra permaneceu ali — cerca de 250 mil a 280 mil pessoas.

A primeira ação dos ocupantes foi juntar 25 mil pessoas — a maioria, judeus e prisioneiros de guerra — em antigos depósitos de pólvora nos arredores da cidade e queimá-las vivas.

Durante a ocupação, 82 mil moradores da cidade morreram, e outros 78 mil foram levados para trabalho escravo na Alemanha.

A libertação e a reação soviética

Mesmo ocupada, Odessa não se rendeu. O inimigo não conseguiu acessar as catacumbas subterrâneas, um labirinto artificial de cerca de 3.000 km que se estende sob toda a cidade e seus subúrbios. Na época, havia milhares de acessos às galerias, inclusive porões de casas.

Durante a libertação, os alemães não esperavam que as tropas soviéticas chegassem tão rapidamente. Em 8 de abril de 1944, a cidade já estava praticamente cercada. A operação, liderada pelo general Rodion Malinovsky — natural de Odessa —, teve poucas baixas do lado soviético e deixou a cidade quase intacta.

Grupos de guerrilheiros locais conseguiram desarmar explosivos que os ocupantes nazistas pretendiam usar para destruir edifícios como o Teatro de Ópera, a Duma, a Filarmônica, o Palácio Vorontsov, além de fábricas, escolas e armazéns no porto.

Navios inimigos foram atacados nas águas do porto, comprometendo a evacuação de parte significativa das tropas inimigas por mar. Houve combates por cada quarteirão. Os confrontos urbanos prosseguiram durante a noite de 9 de abril e a manhã do dia 10.

Às 10h de 10 de abril de 1944, Odessa foi completamente libertada pelas tropas soviéticas. Nessa operação, o inimigo perdeu mais de 27 mil soldados e teve mais de 11 mil capturados.