Os Estados Unidos não descartaram a possibilidade de retirar ações de empresas chinesas das bolsas de valores americanas, revelou o secretário do Tesouro Scott Bessent em entrevista à Fox Business Network na quarta-feira (9).
"Acho que tudo está sobre a mesa. Estamos implementando controles de exportação de ativos de segurança de alto valor. Estamos falando de controles de exportação de capital em termos de [...] uma lista negra de coisas em que investidores americanos, sejam fundos de pensão ou doações, não devem investir para financiar a máquina militar da China", disse Bessent ao ser questionado sobre o assunto.
No entanto, ele esclareceu que "essa será uma decisão do presidente [Donald] Trump". "No final das contas, o presidente Trump e o presidente Xi [Jinping] tinham um relacionamento pessoal muito bom, e estou confiante de que isso será resolvido no mais alto nível", acrescentou.
Futuro incerto
O portal Axios relata que, em 7 de março, 286 empresas chinesas estavam listadas nas bolsas de valores dos EUA, com uma capitalização de mercado de US$ 1,1 trilhão, embora esses números tenham diminuído no último mês devido a tarifas recíprocas entre Washington e Pequim.
Essa medida poderia estender a guerra comercial para além das tarifas e servir como um catalisador para que as ações chinesas fossem retiradas das bolsas de valores de outros países.
O precedente já existe. A Bolsa de Valores de Londres dificultou o lançamento no mercado da varejista de moda Shein devido às regulamentações impostas nos EUA. A empresa, avaliada por investidores de capital de risco em cerca de US$ 66 bilhões, está sob pressão significativa devido às políticas da Casa Branca, e sua presença no mercado de ações entrou em um limbo.
Bessent descreveu a recusa da China em "negociar" com as autoridades americanas como "lamentável" e se referiu ao país asiático como "o pior infrator do sistema de comércio internacional".
"Têm a economia mais desequilibrada da história do mundo moderno. E posso garantir que essa escalada está prejudicando eles", disse, referindo-se às tarifas adicionais de 84% sobre produtos americanos anunciadas pela China em 9 de abril.
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