'Preparando-se para o pior': americanos estocam mercadorias diante do caos tarifário

A reação popular expõe os temores sobre economia doméstica e um possível impacto social das medidas de Donald Trump.

Consumidores dos Estados Unidos começaram a estocar mantimentos após o anúncio do tarifaço do governo Trump, informou recentemente a agência Reuters, com base em relatos de compradores.

"Estou comprando o dobro: feijão, enlatados, farinha, o que for", disse Thomas Jennings, de 53 anos, citado pela agência. Ele quer se preparar para uma possível recessão. "Estou me precavendo para o pior", afirmou.

Angelo Barrio, 55, aposentado do setor têxtil, afirmou que as ações de Trump para "confundir e gerar caos" preocupam a ele e seus amigos sobre os rumos da economia.

Ele começou a estocar produtos de longa duração ainda em novembro, temendo o repasse das tarifas ao consumidor. "Sempre valorizei os preços baixos que [os chineses] nos ofereciam", lamentou.

Maggie Collins, 65, afirmou estar "tremendo de medo" do impacto das tarifas sobre idosos e jovens. "Eles estão começando a vida em um mundo onde sobreviver ficou difícil", disse.

"Vimos isso na pandemia, quando as pessoas correram às lojas para comprar tudo das prateleiras, precisando ou não", lembrou Manish Kapoor, fundador da empresa de logística GCG.

Entre os produtos mais procurados estão pasta de dente, sabonete, sabonete líquido, absorventes, água, arroz, óleo, sucos e condimentos.

Na quinta-feira (10), o bilionário Mark Cuban também aconselhou os cidadãos americanos a fazer estoque. "Não é má ideia ir ao Walmart e comprar itens básicos. Mesmo que sejam feitos nos EUA. Eles vão aumentar os preços e culpar as tarifas", escreveu na rede Bluesky.