Em 1988, o hoje presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, já criticava a política externa do país. Em entrevista a Oprah Winfrey, ele alegou que outros países enriqueciam às custas dos EUA sem oferecer retorno, afirmando que, se um dia assumisse o poder, "o país ganharia muito dinheiro com essa gente".
Citando o Japão, que era a bola da vez nos anos 80, como exemplo, ele apontou que os EUA deixavam o país asiático "despejar tudo nos nossos mercados. Isso não é livre comércio. Tente vender algo lá, é quase impossível. Eles não proíbem, só tornam inviável. Mas vêm aqui, vendem carros, videocassetes, e nos espancam. Tenho respeito pelos japoneses [...], mas eles estão espancando este país”, afirmou Trump na ocasião.
O republicano ainda citou o Kuwait como exemplo de relação desigual. "A pessoa mais pobre do Kuwait vive como um rei", disse. Segundo ele, os EUA garantiam a compra do petróleo kuwaitiano, mas não recebiam nada em troca: "Eles não nos pagam nem 25% do que ganham".
''Dia da Libertação''
Na semana passada, Trump anunciou uma nova era tarifária. As medidas foram oficializadas em 2 de abril, batizada pelo presidente como "Dia da Libertação". O pacote inclui tarifas mais altas sobre importações de 185 países, como China, Japão e membros da União Europeia, afetando setores como o automotivo e eletrônico.
Contra a China, os tributos acumulam aumentos de até 145%, aprofundando a guerra comercial. Em paralelo, Trump suspendeu por 90 dias as tarifas para 75 países que pediram revisão das medidas e não retaliaram os EUA.
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