
Importações chinesas de petróleo bruto dos EUA estão caindo para praticamente zero

O fluxo de petróleo do maior produtor mundial, EUA, para a China, o maior importador, está diminuindo para praticamente zero à medida que a guerra comercial entre os dois países se intensifica devido ao tarifaço de Donald Trump, relatou a Bloomberg na quinta-feira (10).

Embora as remessas de petróleo bruto dos EUA "não sejam de forma alguma" vitais para o gigante asiático, respondendo por cerca de 1% das importações chinesas nos primeiros meses de 2025, "o colapso nas compras de petróleo revela um abismo mais amplo nas relações comerciais entre as duas maiores economias do mundo".
"Com a China impondo tarifas de 84% sobre produtos dos EUA, o custo do petróleo bruto americano pode quase dobrar: US$ 51 mais caro por barril tendo como base o petróleo WTI a US$61", explicou o analista Ivan Mathews.
Mathews acrescentou que, a esse preço, "usar o petróleo dos EUA não seria lucrativo para as refinarias chinesas". Se as tarifas atuais permanecerem em vigor, essas importações "provavelmente serão reduzidas a zero nos próximos meses", alertou.
Possíveis soluções
Espera-se que os EUA vendam parte do petróleo para outros países asiáticos. Nos últimos dias, as refinarias indianas aproveitaram a queda nos preços para comprar carregamentos de petróleo de qualidade americana.
Embora seja provável que a China preencha essa lacuna com suprimentos de países do Oriente Médio como Omã e Emirados Árabes Unidos, ela também pode aumentar suas compras do Irã e da Rússia.
Guerra comercial
Na quarta-feira passada (2), Trump anunciou tarifas recíprocas massivas contra os parceiros comerciais dos EUA. Entre os mais afetados estava a China, com uma taxa de 34%. Em resposta, o governo chinês declarou que, a partir de 10 de abril, imporia tarifas adicionais de 34% sobre todas as importações vindas dos Estados Unidos.
Na segunda-feira (7), o presidente americano reagiu anunciando tarifas adicionais de 50% sobre o gigante asiático se Pequim não recuasse em suas contramedidas. Assim, as taxas alfandegárias sobre produtos da China aumentaram para 104%.
A China ajustará a taxa tarifária adicional sobre os produtos norte-americanos de 84% para 125%, anunciou o Conselho de Estado da China nesta sexta-feira (11).
- A medida ocorre após a Casa Branca ter confirmado, na quinta-feira, que as tarifas dos EUA sobre as importações da China foram aumentadas para 145%.
- Ao longo desta semana, tanto os EUA quanto a China aumentaram as tarifas sobre os produtos um do outro.
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