Como era o rosto de Jesus? IA tem a resposta (FOTOS E VÍDEO)

Ao longo da história, a questão de como seria a verdadeira aparência de Jesus Cristo tem intrigado muitos cristãos. Nos últimos anos, com os avanços da ciência e da inteligência artificial (IA), o número de tentativas para definir essa imagem aumentou significativamente.
Recentemente, um vídeo gerado por inteligência artificial, que os usuários chamam de "a verdadeira face" do Homem de Nazaré, se tornou viral nas redes sociais. As imagens retratam Cristo piscando, sorrindo e orando, apresentando também vestígios de sangue no rosto e no corpo relacionados aos ferimentos causados pela coroa de espinhos.
Using advanced AI, researchers have unveiled what they believe to be the 'true face of Jesus,' derived from an analysis of the Turin Shroud. Oh how I love Yeshua! 🙏🏼❤️🇺🇸 pic.twitter.com/jblhqCsBrS
— Seima kapur (@SeemaJai3) April 7, 2025
A representação de Jesus Cristo que tem circulado nas redes foi gerada através de inteligência artificial utilizando uma imagem divulgada em 2024 pelo Daily Express.
Na ocasião, o jornal britânico recorreu à ferramenta de arte generativa Midjourney para produzir uma imagem realista do aspecto de Jesus, fundamentando-se nas marcas presentes no Sudário de Turim, que muitos acreditam ter sido usado para envolver o corpo de Cristo após sua crucificação.

O novo vídeo gerou intensa polêmica entre os internautas nas redes sociais. Enquanto alguns reforçaram a imagem tradicional de Jesus — com longos cabelos castanhos, pele clara e uma expressão serena — outros criticaram a representação, argumentando que a inteligência artificial reproduziu estereótipos baseados em imagens preexistentes. Esses críticos destacaram que "Jesus era judeu e, provavelmente, um homem de cor", sugerindo que representações mais autênticas deveriam refletir sua origem e herança étnica.

Um enigma que persiste há séculos
O debate sobre a aparência de Jesus de Nazaré tem ocupado não apenas as redes sociais, mas também os círculos acadêmicos e artísticos. A busca pela verdadeira imagem de Cristo é dificultada pela falta de descrições físicas nos primórdios da literatura cristã.
As primeiras representações conhecidas de Jesus são afrescos encontrados em catacumbas e esculturas que adornavam sepulturas de pedra que datam do século III, aproximadamente 200 anos após sua morte. Portanto, nenhuma dessas obras poderia ter sido criada por alguém que realmente o conheceu pessoalmente.

Com o crescimento e a expansão do cristianismo, os artistas começaram a produzir ícones e representações de Jesus que refletiam os padrões estéticos de suas respectivas épocas.
Essa evolução artística resultou na formação de uma tradição que retratava Jesus Cristo com cabelo longo, pele clara e barba — uma imagem que perdura no imaginário cristão até os dias atuais.

Como o cristianismo está presente em várias partes do mundo, Jesus foi retratado usando características locais, com a cor da pele variando do negro ao mestiço ou branco.

Pele escura e cabelo cacheado?
Em 2015, Richard Neave, especialista britânico aposentado em reconstrução facial forense da Universidade de Manchester, junto com uma equipe de arqueólogos israelenses e colegas do Reino Unido, recriou a possível aparência de Jesus de Nazaré.
Seu trabalho baseou-se em estudos de crânios de origem semita encontrados em Israel. O resultado foi um rosto muito diferente da representação clássica de um homem branco que perdura há gerações no imaginário cristão: a imagem resultante apresenta traços típicos de um judeu do Oriente Médio com pele mais escura, feições robustas e cabelos curtos e cacheados. Os cientistas esclareceram que não se tratava de uma representação exata de Jesus, mas uma sugestão plausível de como ele poderia ter sido.
A model of what Jesus Christ might have looked like.By forensic anthropologist Richard Neave. See: https://t.co/jakIqAm9hKpic.twitter.com/YR95LKeofC
— Nirjharaḥ Mukhopādhyāyaḥ (@Vritrahan2014) December 27, 2022
Três anos depois, a historiadora Joan Taylor, professora de estudos religiosos no King's College London, lançou o livro "Qual era a aparência de Jesus?" ("What Did Jesus Look Like?", em inglês), no qual argumenta que Jesus não era significativamente mais alto que seus contemporâneos, medindo aproximadamente 164 centímetros, a altura média dos homens da época.
As conclusões de Taylor são fundamentadas em análises de restos mortais de indivíduos que viveram na Judeia e em regiões do Egito durante o mesmo período de Jesus. Segundo a autora, essas pessoas provavelmente tinham olhos castanhos, cabelos escuros e pele morena, uma característica que contrasta com a imagem tradicional de um Jesus europeu e branco.
ICYMI: What Did Jesus Really Look Like? New Study Redraws Holy Image https://t.co/pOVE9ct9jUpic.twitter.com/EpfWPi5HXx
— Live Science (@LiveScience) February 28, 2018
A busca pela verdadeira aparência de Jesus Cristo também intriga os artistas modernos. Assim, o fotógrafo holandês Bas Uterwijk, com a ajuda do serviço de rede neural Artbreeder, criou uma imagem de Jesus em 2020 que acabou se tornando viral porque não condizia com a imagem tradicional de Cristo retratada em ícones famosos.
O fotógrafo combinou várias imagens de rostos familiares de Jesus para sintetizá-los em apenas uma. Ele utilizou várias representações de origem bizantina e renascentista, incluindo o 'Salvator Mundi' de Leonardo da Vinci, bem como o Sudário de Turim.
thread:My Jesus portrait is going pretty viral on Twitter at the moment, without me being tagged so for everyone interested here is a little info on the process of constructing it: @OmarjSakr pic.twitter.com/olPz5PIDSV
— Ganbrood (@ganbrood) September 1, 2020
Ele ajustou algumas características, incluindo seu cabelo e barba, para refletir as etnias do Oriente Médio da época e indicou que vê seu trabalho como uma interpretação artística e não científica ou historicamente precisa.
