Os governos dos Estados Unidos e do Panamá negociaram, nesta quarta-feira, um acordo de cooperação em defesa que prevê, entre outros pontos, a permissão para que navios de guerra e embarcações auxiliares dos EUA transitem pelo Canal do Panamá com prioridade e sem custos .
A medida ocorre em meio à crescente pressão de Washington para 'conter a presença chinesa no canal', uma das rotas interoceânicas mais movimentadas do mundo, informou a imprensa panamenha.
''Firmamos um marco para que os navios militares e auxiliares dos EUA transitem pelo Canal do Panamá com prioridade e gratuitamente'', disse à imprensa o chefe do Pentágono, Pete Hegseth, durante visita oficial ao país.
A Presidência do Panamá confirmou a informação em comunicado: "Em coordenação (...) com a Autoridade do Canal do Panamá e com as obrigações do Tratado, garantem-se a passagem agilizada dos navios de guerra e auxiliares da República do Panamá e dos Estados Unidos''.
''Para nós, era importante que, em momentos de contingência, as nossas tropas pudessem passar primeiro e sem custos financeiros'', acrescentou Hegseth.
Durante a assinatura do acordo, o ministro da Segurança Pública do Panamá, Frank Ábrego, afirmou, segundo o jornal La Prensa, que o tratado atende à necessidade de reforçar a segurança regional, especialmente porque o país é responsável por uma das rotas fluviais mais importantes do mundo e não pode enfrentar sozinho o desafio de protegê-la.
''Estamos lidando com redes organizadas que afetam a segurança'', disse Ábrego, destacando que, para melhorar a defesa, seu país precisa de um trabalho de ''inteligência conjunta'', tanto ''no terreno quanto no ciberespaço''.
O secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, afirmou ainda que a cooperação com o Panamá é alinhada à política externa do presidente Donald Trump e busca reduzir o que considera uma crescente "influência maligna" da China sobre o canal.
Segundo Hegseth, “a era de capitular à China comunista” chegou ao fim. Ele declarou que "o Canal do Panamá e a zona do canal não podem e não serão controlados pela China" e disse que os EUA agora trabalham "muito de perto" com o governo do Panamá para garantir a segurança da região.
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