Nazistas 'teriam conquistado o mundo' se Goebbels tivesse redes sociais, afirma Moraes

Na segunda-feira (7), a revista norte-americana New Yorker publicou uma reportagem com declarações do ministro do STF Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, feitas em entrevistas exclusivas ao veículo. Nas conversas, Moraes comentou a influência da mídia e o que chamou de "novo populismo digital extremista".

"Nazistas teriam conquistado o mundo"

O ministro falou sobre a ascensão da extrema-direita, que, segundo ele, passou a utilizar redes sociais e meios de comunicação para mobilizar a população, provocando uma disputa pelo controle da internet e, por consequência, do poder global.

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"No início, os algoritmos foram refinados para fins econômicos, para cativar os consumidores. Depois, as pessoas perceberam como era fácil redirecionar isso para o poder político", afirmou.

Moraes mencionou ainda a rede X, do bilionário americano Elon Musk, alegando que a plataforma poderia ter sido uma ferramenta central do sistema de propaganda do regime nazista alemão.

"Se Goebbels [ministro da Propaganda na Alemanha nazista] estivesse vivo e tivesse acesso ao X, estaríamos condenados. Os nazistas teriam conquistado o mundo", declarou.

Atritos com Musk

O ministro tem um histórico de embates com o dono da X, que teve a plataforma suspensa no Brasil no fim de agosto do ano passado, após descumprir uma determinação de multa e a exigência de nomear um novo representante legal no país.

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Na conversa com os jornalistas, Moraes comentou sobre o episódio em que Musk o comparou a "uma mistura de Voldemort e Sith [vilões de Harry Potter e Star Wars]" e riu. Para o ministro, a comparação foi "divertida".

O repórter, no entanto, destacou a postura séria e até "ofendida" de Moraes ao comentar a recusa de Musk em cumprir ordens do STF.

"Como todas as outras empresas, esta [a rede social X] deve cumprir a legislação brasileira. Quem escalou a desobediência foi a empresa sob o comando direto de seu maior acionista. E, naquele momento, Musk também se tornou pessoalmente responsável", disse o ministro.