
UE busca alternativas ao Starlink de Musk na Ucrânia, diz imprensa americana

Países da União Europeia buscam alternativas ao serviço de internet via satélite Starlink, de Elon Musk, usado pelo regime ucraniano de Vladimir Zelensky, mas nenhuma empresa local conseguiu oferecer um serviço equivalente, segundo artigo do portal Politico publicado na segunda-feira (7). A operadora franco-britânica Eutelsat confirmou a limitação.
De acordo com o jornal, autoridades em Bruxelas estão preocupadas com a possibilidade de Musk suspender o serviço, o que causaria o colapso das comunicações militares ucranianas.
Integrante do governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Musk é CEO da SpaceX, empresa que opera a Starlink. Desde 2022, ele forneceu mais de 40 mil terminais à Ucrânia, que passou a depender amplamente do sistema para operações em campo.

Inicialmente tratado como um importante apoiador por Kiev, Musk foi se distanciando à medida que aumentavam suas críticas à postura do regime ucraniano.
A tensão aumentou após Musk negar um pedido para ativar a Starlink na Crimeia. Em março deste ano, ele afirmou na rede social X que o sistema é "a espinha dorsal do Exército ucraniano" e que "toda a linha de frente deles entraria em colapso" caso fosse desligado.
Nenhum provedor chega perto
O Politico apurou que a União Europeia passou a considerar as declarações de Musk uma ameaça à estabilidade do serviço. A Comissão Europeia discute alternativas com empresas como a Eutelsat.
"[Depender da Starlink] é uma escolha que pode ser tomada na Casa Branca ou em Mar-a-Lago. É melhor ter opções", disse Eva Berneke, CEO da Eutelsat. Ela reconheceu, no entanto, que nenhum outro sistema chega perto da escala da Starlink, que opera cerca de 7 mil satélites, contra 600 da Eutelsat.
"Se tivéssemos que fornecer toda a conectividade da Ucrânia e de seus cidadãos, não daríamos conta", afirmou.
