Maior mobilização indígena brasileira exige fim dos combustíveis fósseis

Nesta segunda-feira (7), milhares de pessoas de mais de 200 povos indígenas do Brasil se reúnem em Brasília para o Acampamento Terra Livre (ATL), considerada a maior assembleia nacional do movimento indígena.

''São esperadas cerca de 7 mil pessoas para a 21ª edição do acampamento, que, neste ano, tem como um dos seus principais objetivos articular a participação indígena na Conferência do Clima da ONU, a COP30, marcada para novembro, em Belém, no Pará'', explica o portal Agência Pública.

Segundo o veículo, serão discutidos temas como a demanda pelo fim dos combustíveis fósseis e a reivindicação para que os recursos de financiamento climático sejam repassados diretamente aos povos indígenas.

Impasse sobre a Margem Equatorial

A Assembleia é realizada em meio à intensos debates sobre a Margem Equatorial uma região com mais de 2,2 mil km de litoral apontada por especialistas como um possível "novo pré-sal"

As cinco bacias em alto-mar da região ainda são pouco exploradas, mas despertam grande interesse em razão de suas características geológicas similares às da Guiana e do Suriname - onde recentemente foram descobertas reservas de petróleo em abundância.

A exploração é alvo de críticas de grupos ambientalistas, preocupados com potenciais impactos na biodiversidade regional:

"É uma região que tem 70% dos manguezais brasileiros. Tem muita biodiversidade, é uma área muito rica, a maioria de pesca. Tudo isso acaba sendo colocado em consideração pelos técnicos do Ibama, que estão avaliando a viabilidade ambiental dessa atividade e todos os riscos inerentes à atividade de produção de petróleo", afirmou Rodrigo Agostinho, presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), em janeiro.