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União Europeia pretende criar fundo bilionário de defesa conjunto

Segundo a publicação, o fundo, chamado de Mecanismo de Defesa Europeu, emitiria empréstimos e aceitaria Estados não membros da UE como Reino Unido, Ucrânia ou Noruega.
União Europeia pretende criar fundo bilionário de defesa conjuntoGettyimages.ru / btgbtg

A União Europeia planeja criar um fundo de defesa intergovernamental conjunto para a compra de equipamentos militares, informou a Reuters nesta segunda-feira (7), citando um documento preliminar. 

"Os ministros das finanças da União Europeia discutirão nesta semana a criação de um fundo de defesa intergovernamental conjunto para a aquisição e posse de equipamentos de defesa para posteriormente cobrar dos membros uma taxa pela sua utilização", disse o texto.

Segundo a publicação, o fundo, chamado de Mecanismo de Defesa Europeu (EDM, na sigla em inglês), seria estabelecido de acordo com um tratado intergovernamental de capital intregralizado e exigível. O EDM, que também emitiria empréstimos, aceitaria Estados não membros da UE como o Reino Unido, a Ucrânia ou a Noruega.

O projeto preparado pelo instituto de pesquisa interdisciplinar Bruegel será discutido no sábado em uma reunião informal dos ministros das finanças da UE em Varsóvia. O documento implica, entre outras coisas, que o fundo possibilitará o financiamento da defesa sem aumentar as dívidas públicas de cada país.

A Comissão Europeia apresentou em 19 de março a nova estratégia de defesa "Rearmamento da Europa" ("ReArm Europe Plan"). O plano prevê até 800 bilhões de euros em créditos e incentivos fiscais para o complexo industrial-militar do bloco.

Desse pacote de 800 bilhões de euros, espera-se que a maior parte (cerca de 650 bilhões), seja obtida dos orçamentos dos países europeus, com outros 150 bilhões a serem obtidos na forma de empréstimos. A proposta, que pretende reforçar as defesas dos países europeus e armar a Ucrânia, concederá ainda uma flexibilização orçamentária aos países da UE e redirecionará fundos para despesas militares.

Os Estados do sul da Europa têm resistido ao plano da União Europeia de aumento de gastos militares por meio de empréstimos pois isso poderia piorar o problema do endividamento desses países. Por conta disso, a estratégia foi posteriormente rebatizada para "Readiness 2030", um nome que soa menos agressivo.