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Presidente do Irã explica sob qual condição ele negociará com os EUA

Masoud Pezeshkian denuncia o comportamento de Washington como "contraditório ao seu chamado para negociar" com Teerã.
Presidente do Irã explica sob qual condição ele negociará com os EUAGettyimages.ru / Iranian Presidency / Handout/Anadolu

O presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, criticou os EUA no sábado, rejeitando as ameaças do governo Trump e assegurando que seu país só está disposto a negociar em pé de igualdade, informa a IRNA.

"A República Islâmica quer o diálogo em pé de igualdade; não é que eles queiram negociar com o Irã, por um lado, e ameaçá-lo, por outro", declarou, referindo-se às ameaças de Trump de bombardear o Irã para persuadir as autoridades de Teerã a assinar um novo acordo nuclear.

Pezeshkian enfatizou que o comportamento dos EUA contradiz seu próprio "chamado para negociar". "Se você quer negociações, qual é o sentido de ameaçar [...] Hoje, os EUA não estão apenas humilhando o Irã, mas o resto do mundo, pois seu comportamento contradiz o chamado para negociar", comentou.

Ameaças e resposta

No início de março, Trump enviou uma carta ao líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, pedindo que ele negociasse um acordo nuclear. Mais tarde, o presidente dos EUA ameaçou o país persa com bombardeios "como vocês nunca viram antes" e "tarifas secundárias" se Teerã não chegar a um acordo com Washington sobre seu programa nuclear.

Pezeshkian escreveu uma carta em resposta à nota de Trump descartando negociações diretas entre os dois países, embora tenha indicado que o caminho das conversas indiretas está aberto.

Por sua vez, Khamenei respondeu às ameaças do presidente dos EUA, dizendo que "se [os EUA] cometerem qualquer irregularidade, sem dúvida receberão um forte golpe recíproco". O general Amir Ali Hajizadeh, comandante das Forças Aeroespaciais do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã, também condenou as ameaças dos EUA: "Aqueles que vivem em casas de vidro não atiram pedras: os americanos têm pelo menos dez bases com 50.000 soldados na região. É como se eles estivessem sentados em uma sala de vidro", declarou.