'Canadá será um líder no mundo', afirma primeiro-ministro canadense

Ottawa está pronta para assumir o papel de "liderança econômica global" de Washington, afirmou Mark Carney.

O primeiro-ministro canadense, Mark Carney, condenou o novo pacote de tarifas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmando que Ottawa está pronta para se tornar a líder econômica mundial em vez de Washington.

Ele fez essa afirmação na quinta-feira, quando revelou uma resposta às tarifas "retaliatórias" anunciadas por Trump, que incluem tarifas adicionais de 25% sobre o setor automotivo do Canadá. Ottawa respondeu com tarifas sobre todos os veículos importados e seus componentes dos EUA que não estejam em conformidade com o USMCA, o pacto de livre comércio fundamental entre os EUA, o Canadá e o México.

Uma nova onda de tarifas que variam de 10% a 49%, afetando a maior parte do mundo, foi imposta por Trump na quarta-feira, no "Dia da Libertação", como ele declarou, em uma tentativa de resolver o desequilíbrio entre as importações e exportações dos Estados Unidos. Carney disse que a medida inevitavelmente "destruiria a economia global", que já se tornou "fundamentalmente diferente do que era ontem".

"O sistema de comércio global apoiado pelos EUA é um sistema no qual o Canadá tem confiado desde o final da Segunda Guerra Mundial. Um sistema que, embora não seja perfeito, ajudou a garantir a prosperidade de nosso país durante décadas, chegou ao fim. Nosso relacionamento anterior, no qual aprofundamos continuamente nossa integração com os Estados Unidos, também chegou ao fim", anunciou o primeiro-ministro.

Carney classificou o ocorrido como uma "tragédia" que representa uma "nova realidade", mas disse que Ottawa está pronta para assumir a "liderança econômica global" no lugar de Washington.

"O Canadá deve procurar outras maneiras de expandir o comércio, fazer crescer nossa economia e proteger nossa soberania. O Canadá está pronto para assumir a liderança na construção de uma coalizão de países com ideias semelhantes que compartilham nossos valores", disse. "E se os Estados Unidos não estiverem mais dispostos a liderar, o Canadá o fará", concluiu.