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China rejeita acordo do TikTok com os EUA

A tentativa de um acordo fracassou após Trump anunciar as tarifas recíprocas, sendo a China um dos países mais afetados pelo aumento das taxas.
China rejeita acordo do TikTok com os EUAGettyimages.ru / Jaque Silva

Uma tentativa de acordo entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e a empresa-mãe chinesa do TikTok, a ByteDance, para evitar a proibição do aplicativo nos Estados Unidos, fracassou após a China não der sua aprovação em resposta às novas tarifas impostas por Trump, informou a Bloomberg citando uma fonte familiarizada com o assunto.

Na quarta-feira, as autoridades dos EUA estavam perto de finalizar um acordo que exigia que a ByteDance reduzisse sua participação nas operações da TikTok nos EUA para menos de 20%, de acordo com a legislação que exige desinvestimentos ou proibições.

O plano incluía a criação de uma entidade com sede nos EUA que seria de propriedade majoritária de investidores americanos, e Trump estava prestes a assinar uma ordem executiva para conceder um prazo de 120 dias para concluir a transação até o prazo final de 5 de abril, de acordo com a fonte. No entanto, nunca se chegou a um consenso.

"A reação do mercado diz muito: as tarifas iniciadas pelos EUA e a guerra comercial contra o mundo são impopulares e só causarão tumulto e instabilidade", declarou Lin Jian, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, neste sábado.

Negociações paralisadas

Em abril de 2024, o então presidente dos EUA, Joe Biden, assinou um projeto de lei dando à ByteDance 270 dias para vender o TikTok. Diante de negociações paralisadas, Trump na sexta-feira estendeu esse prazo em 75 dias e expressou seu desejo de fechar o negócio para que a TikTok não seja "deixada no escuro". A ByteDance, por sua vez, confirmou as negociações em andamento, mas ressaltou que "há questões importantes a serem resolvidas" e que qualquer acordo deve estar em conformidade com a lei chinesa.

A tentativa de acordo fracassou após Trump anunciar as tarifas recíprocas, com a China entre os países mais afetados pelo aumento das taxas. As tarifas sobre o gigante asiático foram elevadas para 54%, além da taxa existente de 20%. Em meio à incerteza gerada por essas mega-tarifas e pelo contra-ataque comercial da China, Wall Street fechou a sexta-feira vivenciando seu pior dia desde a crise desencadeada pela pandemia de covid-19 em 2020.