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Como o novo premiê de Portugal enxerga a situação na Ucrânia?

Luís Montenegro é postulado como o próximo primeiro-ministro português após as eleições de domingo.
Como o novo premiê de Portugal enxerga a situação na Ucrânia?AP / Armando Franca

Luís Montenegro, postulado como o próximo primeiro-ministro de Portugal após as eleições parlamentares de domingo, declarou estar "de acordo" com a posição de seu antecessor António Costa em relação ao papel de Portugal no conflito russo-ucraniano durante uma entrevista concedida no final de fevereiro à imprensa local.

O presidente do PSD, à ocasião, classificou a "frente de ajuda à Ucrânia" como "indiscutível", e afirmou que a mesma pressupõe "ajuda humanitária, ajuda financeira e também ajuda militar, na medida de nossas possibilidades".

Os integrantes do partido nacionalista 'Chega', que praticamente quadruplicou a sua representação no Congresso português ao eleger 48 parlamentares, também são, em linhas gerais, favoráveis ao apoio destinado ao regime de Kiev.

André Ventura, presidente do Chega, qualificava a Rússia como um "inimigo" antes mesmo do início da Operação Militar Especial, tendo clamado pelo endurecimento de sanções contra Moscou ainda no início de 2021. Mais recentemente, afirmou que o "apoio à Ucrânia tem de ser inquestionável", independente do resultado eleitoral.

O apoio ao regime de Zelensky, contudo, não é consenso dentro do 'Chega'. António Tânger Corrêa, um dos vice-presidentes do partido, categorizou as ações de Moscou como uma resposta legítima ao "cercamento da Rússia pela OTAN", e apontou que o presidente Vladimir Zelensky faz alianças com "nazistas declarados"

Membros importantes do Chega, que incluem Maria Vieira, deputada municipal de Cascais, apoiaram a posição de Corrêa. Contudo, essas tensões internas foram supidimidas pelo centralismo de Ventura na estrutura do partido. 

Assim sendo, tudo indica que a posição de Lisboa em meio ao conflito russo-ucraniano deve seguir praticamente inalterada, considerando que as três forças políticas que mais conquistaram assentos são partidários da mesma postura no que se refere à Kiev.