Após críticas a Janja, AGU propõe medidas de transparência nos gastos da primeira-dama

A instituição reconhece a "natureza jurídica própria" do cônjugue do presidente, mas enfatiza que suas atividades devem respeitar os princípios da administração pública, proibindo-o de assumir compromissos formais em nome do Brasil.

A Advocacia Geral da União (AGU) divulgou na sexta-feira uma instrução normativa que estabelece diretrizes sobre o papel do cônjuge do presidente da República. O documento, assinado pelo ministro Jorge Messias, enfatiza a importância da transparência nas atividades e gastos da primeira-dama, Janja da Silva, que tem enfrentado críticas pela falta de clareza em relação a suas despesas e agendas oficiais.

A norma, solicitada pelo Palácio do Planalto, determina que o parceiro do presidente não pode assumir compromissos formais em nome do Brasil, embora reconheça que a atuação da primeira-dama possui "natureza jurídica própria". Isso permite que ela realize atividades de representação em áreas sociais, culturais, cerimoniais, políticas e diplomáticas.

Entretanto, a AGU ressalta que essas atividades devem respeitar os princípios da administração pública, conforme estipulado no artigo 37 da Constituição Federal de 1988.

O texto da AGU inclui as seguintes recomendações:

Além disso, a orientação sugere que a Presidência da República crie um fluxo administrativo interno para formalizar as funções atribuídas à primeira-dama em atividades de representação simbólica. Essa medida visa legitimar suas ações e garantir os recursos necessários para sua execução.

A AGU também recomenda que, em situações específicas, seja avaliada a necessidade de restrições ao acesso à informação, especialmente quando houver fundamentos constitucionais ou legais, como questões de segurança ou proteção da privacidade.