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Sobrevivente de uma seita sexual religiosa relata os abusos que sofreu

A mulher escapou da seita 'Meninos de Deus' aos 15 anos de idade com a ajuda de sua mãe, que também havia sido abusada desde criança.
Sobrevivente de uma seita sexual religiosa relata os abusos que sofreuInstagram / daniellamyoung_

A norte-americana Daniella Mestyanek Young, sobrevivente da seita religiosa 'Meninos de Deus' (no original, 'Children of God'), contou durante uma entrevista para o jornal The Sun publicada no último domingo sobre os abusos que sofreu quando tinha apenas cinco anos de idade, revelando como as chamadas ideias de "amor livre" do grupo promoviam o abuso sexual de crianças.

Mestyanek, hoje com 36 anos, escapou da seita aos 15 anos de idade com a ajuda de sua mãe, que também havia sido abusada desde criança.  Daniella relatou que foi abusada sexualmente aos cinco anos de idade e forçada a pedir esmolas nas ruas. "Era tudo trabalho e tráfico de crianças", afirmou, acrescentando que muitas crianças morreram em decorrência dos maus-tratos.

De acordo com Daniella, o abuso era normalizado porque os pais estavam convencidos de que tinham de sacrificar seus filhos por Deus. "Lhe ensinam que o mundo exterior é mau", afirmou Mestyanek, explicando que o mundo confinado em que foi forçada a viver estava cheio de todos os tipos de abuso físico, sexual e psicológico, negligência médica e proibição da educação, tudo isso disfarçado de "disciplina cristã e amor divino".

A seita 'Meninos de Deus' foi fundada nos Estados Unidos em 1968 pelo ex-padre David Berg como um movimento religioso que atraía jovens fugitivos e "hippies" convencidos de que um apocalipse estava chegando. A organização ficou bastante famosa, com mais de 15 mil membros em seu auge, antes de ser acusada de estupro, abuso de crianças, incesto e prostituição religiosa.

"Oficialmente, garantiram que não há mais [abusos]", declarou Mestyanek, observando que a seita foi "branqueada" e simplesmente se tornou clandestina. O grupo ressurgiu com força na década de 1990 sob seu novo nome 'A Família Internacional' ('The Family International'), com presença em 75 países.