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Presidente paraguaio diz que espionagem da Abin reabre feridas da Guerra do Paraguai

Declaração foi feita após investigação sobre suposta invasão a sistemas paraguaios por parte do Brasil.
Presidente paraguaio diz que espionagem da Abin reabre feridas da Guerra do ParaguaiGettyimages.ru / Paolo Blocco

O presidente do Paraguai, Santiago Peña, afirmou nesta sexta-feira (4) que a suspeita de espionagem da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) contra autoridades do país vizinho ''reabre velhas feridas'' históricas. A declaração foi dada à Rádio Mitre, da Argentina.

Peña comparou o episódio da Guerra do Paraguai (1864–1870) e disse que o caso desperta memórias dolorosas. ''Infelizmente, este episódio apenas reabre essas velhas feridas, quando o que queremos é deixar para trás essa história de ódio e ressentimento'', afirmou.

Na quinta-feira (3), o Ministério Público do Paraguai abriu um processo criminal para apurar a suposta invasão da Abin aos sistemas do governo paraguaio. A denúncia se baseia no depoimento de um servidor à Polícia Federal, o qual afirmou que as ações visavam obter dados sigilosos sobre negociações da usina de Itaipu.

No relato pessoal consta que as operações foram iniciadas ainda no governo Bolsonaro e continuadas no governo Lula, com avaliação da gestão atual da Abin. Segundo ele, foram acessados ​​sistemas do Congresso, da Presidência e de autoridades ligadas à negociação do Anexo C do Tratado de Itaipu.

Em nota, o governo Lula declarou que encerrou as ações em março de 2023, ao tomar conhecimento da situação. O embaixador do Brasil no Paraguai foi convocado para dar explicações.