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"Sua ideia é bastante compreensível": Kremlin comenta o apelo do Papa Francisco à Ucrânia

O porta-voz da Presidência russa, Dmitry Peskov, considera "bastante compreensíveis" as palavras que o Papa Francisco dirigiu à Ucrânia, dizendo que Kiev deveria ter a coragem de se render e aceitar negociações.
"Sua ideia é bastante compreensível": Kremlin comenta o apelo do Papa Francisco à UcrâniaGettyimages.ru / Grzegorz Galazka / Archivio Grzegorz Galazka / Mondadori Portfolio /

Os apelos do Papa Francisco para que Kiev tenha a coragem de se render e aceitar negociações são "bastante compreensíveis", declarou o porta-voz da Presidência russa, Dmitry Peskov.

"Pelo que sei, havia um contexto mais amplo nas declarações do pontífice. Mas, em geral, a ideia que estava expressando é bastante compreensível: pronunciava-se a favor das negociações", afirmou o porta-voz russo nesta segunda-feira.

Além disso, Peskov enfatizou que o presidente Vladimir Putin expressou repetidamente a vontade e disposição da Rússia para resolver o conflito russo-ucraniano por meio da opção preferível de negociação.

Assim, em fevereiro deste ano, o mandatário russo disse que, se o Ocidente quiser encontrar uma solução pacífica para o conflito ucraniano, a Rússia está pronta para isso, ressaltando que, Moscou deixou de usar "instrumentos pacíficos" e passou a utilizar "instrumentos militares" em função do não-cumprimento dos acordos de Minsk.

"Mas, já sabem que, infelizmente, tanto as declarações do papa quanto às repetidas declarações de outras partes, incluindo a nossa, foram recentemente recebidas com uma negativa absolutamente feroz por parte do regime de Kiev", enfatizou o representante do Kremlin.

Qual foi a reação de Zelensky? 

O presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, se manifestou no último domingo após o Papa Francisco dizer que o lado perdedor do conflito ucraniano deveria ter a coragem de aceitar negociações. Embora não tenha mencionado o pontífice diretamente, deu a entender que ele está realizando uma "mediação virtual".

Em sua mensagem à nação, Zelensky afirmou que, após o início das hostilidades, todos os ucranianos - cristãos, muçulmanos e judeus - "se levantaram para se defender". Nesse contexto, agradeceu a "todos os capelães ucranianos" que estão com o Exército e nas linhas de frente, "apoiando com oração, conversa e ações".

"Isso é o que a Igreja é: está com as pessoas, não a 2.500 quilômetros de distância em algum lugar, virtualmente mediando entre alguém que quer viver e alguém que quer destruí-lo", declarou, agradecendo mais uma vez "todos aqueles que estão ajudando e que estão realmente com a Ucrânia através de ações e orações".