Chanceler polonês: "Os soldados da OTAN já estão presentes na Ucrânia"

Radoslaw Sikorski agradeceu aos embaixadores desses países por terem "corrido o risco".

O ministro das Relações Exteriores da Polônia, Radoslaw Sikorski, anunciou na sexta-feira que alguns países da OTAN já enviaram as suas Forças Armadas para a Ucrânia.

"Os soldados da OTAN já estão presentes na Ucrânia e gostaria de agradecer calorosamente aos embaixadores dos Estados que assumiram esse risco", disse o chanceler no seu discurso durante um debate sobre o 25.º aniversário da adesão de Varsóvia à Aliança Atlântica. "Ao contrário de outros políticos, não vou listar estes países", acrescentou, sem dar mais detalhes sobre o anúncio.

Nesta linha, Sikorski observou que "a presença de forças da NATO na Ucrânia não é impensável", manifestando o seu apoio às declarações do presidente francês Emmanuel Macron, que sugeriu a possibilidade de enviar tropas ocidentais para território ucraniano.

"Aprecio a iniciativa do presidente Emmanuel Macron, porque se trata de [o presidente russo Vladimir] Putin ter medo, não de termos medo de Putin", sublinhou.

A posição contraditória de Varsóvia

Na sequência das declarações de Macron, os representantes da Polônia expressaram diferentes posições relativamente à possibilidade de enviar as suas tropas. Assim, o primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, disse na semana passada que o seu país "não planeja enviar as suas tropas para o território da Ucrânia".

Por sua vez, o presidente polonês Andrzej Duda disse que as opiniões sobre o envio de forças "variam" e que "não existe absolutamente nenhuma resolução deste tipo". "Posso dizer isto: não houve entusiasmo", respondeu quando questionado se cada vez mais países não descartam a possibilidade de enviar soldados para a Ucrânia.

Oposição à iniciativa de Macron

Na semana passada, Emmanuel Macron sugeriu a possibilidade de que tropas ocidentais pudessem ser enviadas para a Ucrânia. Durante a cimeira especial em Paris sobre o conflito ucraniano, na qual participaram vinte países, o presidente francês afirmou em conferência de imprensa: "Hoje não há consenso para enviar tropas ao terreno de forma oficial, assumida e endossada". "Mas em termos dinâmicos, nada deve ser descartado", disse ele. Tal iniciativa já foi excluída por vários países da OTAN.

A ideia encontrou resistência até mesmo dentro da própria arena política francesa. Após uma reunião entre Macron e a oposição, os outros partidos foram surpreendidos pelo tom belicoso do presidente e decepcionados pela falta de soluções diplomáticas. "Cheguei preocupado e saí mais preocupado", afirmou Manuel Bompard, coordenador da plataforma política de esquerda La France Insoumise (França Insubmissa), à ​​imprensa local.

Segundo os participantes na reunião, Macron explicou que "não há limites ou linhas vermelhas" no apoio do seu país à Ucrânia.