As tarifas amplas dos EUA sobre vários países são um "grande golpe" para empresas e consumidores de todo o mundo, alertou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, nesta quarta-feira (2).
Em comunicado publicado no site do órgão europeu, Von der Leyen disse lamentar "profundamente" a decisão do republicano e afirmou que a economia mundial "sofrerá enormemente", alertando para "consequências terríveis para milhões de pessoas".
"Consequências terríveis"
Segundo ela, a chamada guerra tarifária de Trump aumentará a incerteza, reforçará o protecionismo e prejudicará o que classificou como "países mais vulneráveis" e consumidores.
Para a presidente da Comissão Europeia, os impactos para os consumidores serão, entre outros:
- contas de supermercado mais altas;
- crescimento de custos de medicamentos;
- aumento da inflação;
- "cidadãos mais vulneráveis" serão prejudicados e empresas de todos tamanhos "sofrerão desde o primeiro dia";
- interrupção das cadeias de suprimentos e "burocracia onerosa";
- aumento drástico de custo de negócios com os EUA;
Medo e reação
Diante do temor desses impactos, Von der Leyen afirmou que a Europa sempre esteve disposta a "negociar com os EUA para remover quaisquer barreiras remanescentes ao comércio transatlântico".
No entanto, ela ressaltou que a UE está preparada para reagir. "Já estamos finalizando um primeiro pacote de contramedidas em resposta às tarifas sobre o aço. E agora estamos nos preparando para outras contramedidas, para proteger nossos interesses e nossas empresas caso as negociações fracassem", disse.
Ao mesmo tempo, Von der Leyen destacou que "há um caminho alternativo".
"Não é tarde demais para tratar das preocupações por meio de negociações", afirmou. Segundo ela, o comissário de Comércio da União Europeia, Maros Sefcovic, "está em contato constante com seus colegas americanos".
A presidente da Comissão Europeia fez as declarações após o presidente dos EUA anunciar uma taxa básica de 10% para todos os países e tarifas retaliatórias sobre diversas nações – incluindo alguns dos aliados de Washington –, que, segundo Trump, estariam tirando proveito dos EUA.
Entre as tarifas impostas, destacam-se as de 34% para a China, 32% para Taiwan (parte da China), 24% para o Japão e 20% para a União Europeia. O Brasil também foi afetado, com tarifas de 10%.
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