
Israel amplia operações militares em Gaza e pretende tomar novas áreas

Israel anunciou na quarta-feira (2) a expansão de suas operações militares em Gaza, declarando que grandes áreas do enclave serão tomadas e incorporadas às zonas de segurança israelenses.
A ação ocorre em meio a evacuações em larga escala da população local e a continuidade do conflito, informou a imprensa.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, comunicou que as tropas de seu país estão controlando uma região chamada ''Eixo Morag'', entre Rafah e Khan Younis, no sul de Gaza. Segundo ele, a iniciativa busca dividir a Faixa de Gaza e aumentar a pressão para a liberação de reféns. Além disso, o exército israelense completou o cerco da área de Tel al-Sultan, também próximo a Rafah, onde afirma ter eliminado grupos de combatentes e foguetes que seriam usados contra Israel.
''A única coisa que pode impedir nosso avanço é a liberação de nossos reféns'', declarou o chefe do exército israelense, tenente-general Eyal Zamir. Ele destacou que a operação continuará "em um ritmo deliberado e determinado".
O Ministro da Defesa, Israel Katz, afirmou que as tropas irão tomar grandes áreas de Gaza e ampliarão as zonas de segurança do Estado de Israel. No entanto, não ficou claro se a medida representa uma anexação permanente de território.

Enquanto isso, a Organização das Nações Unidas (ONU) alerta que 64% de Gaza está sob ordens de mudança forçadas ou dentro da chamada "zona específica". O Ministério da Saúde de Gaza informou que pelo menos 60 pessoas morreram em ataques israelenses na quarta-feira, incluindo 19 em uma clínica da ONU utilizada como abrigo para deslocados. O exército israelense alegou que o prédio funcionava como centro de comando do Hamas, enquanto o grupo negociava a acusação.
Os combates intensos também fora de Gaza, com ataques israelenses contra alvos no Líbano e na Síria, incluindo um comandante do Hezbollah em Beirute. A tensão aumentou após a retomada dos ataques aéreos em Gaza em março, que já resultaram na morte de centenas de palestinos.
O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, criticou as mortes de civis e a falta de acesso à ajuda humanitária. Mediadores do Catar e Egito buscaram negociar um cessar-fogo, porém sem notórios avanços.