
Trump decreta guerra tarifária a 'todos os países'

O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou novas tarifas nesta quarta-feira (02), a qual havia denominado como ''Dia da Libertação''. As medidas impactam "todos os países" que exportam para o país norte-americano, entrando em vigor imediatamente.
''Iremos fazer a América rica novamente'', declarou em uma conferência de imprensa em Washington, classificando a ocasião como ''um dos dias mais importantes'' na história dos EUA.

O mandatário reforçou que são medidas ''recíprocas'' contra países que adotam ''regras injustas'' contra sua nação.
Em seu discurso, o republicano anunciou tarifas mínimas de 10% sobre praticamente todos os bens importados, acrescentando que taxas mais altas serão cobradas para dezenas de países que possuem os maiores déficits comerciais com os EUA.
Logo depois, apresentou uma tabela com vários desses países, detalhando as porcentagens cobradas sobre produtos norte-americanos, seguidas pelas que serão impostas pelos EUA.
❗️Confira a tabela completa com as novas tarifas impostas pelo governo TrumpO presidente acrescentou que a porcentagem base de 10% será aplicado a todos os países. ▶️ https://t.co/NgIHQop4GOpic.twitter.com/W04Kkk01a9
— RT Brasil (@rtnoticias_br) April 2, 2025
Dentre os países afetados estão a China (34%), a União Europeia (20%), Vietnã (46%), Taiwan (32%), Japão (24%), Índia (26%), Brasil (10%), dentre outros.
Ele apontou que a porcentagem base de 10% será aplicado a todos os países, inclusive aqueles não representados na tabela.
Trump também anunciou tarifas de 25% sobre carros e partes automotivas importadas, a serem efetivadas no dia 03 de abril, buscando sanar os ''horríveis desequilíbrios'' que afetaram a indústria norte-americana e colocaram em risco a ''segurança nacional''.
Política tarifária
O presidente defendeu sua política tarifária, argumentando que irão resultar em um aquecimento do setor industrial norte-americano ''o que irá significar uma competição mais forte e preços menores para os consumidores''.
Também ressaltou que a medida visa proteger trabalhadores norte-americanos, que teriam sido ''obrigados a se manterem a margem eqnaunto outras nações se enriqueciam e se tornavam poderosas''.
Destacou que são ''tarifas gentis'', alegando estar cobrando menos do que são taxados por nações estrangeiras. Ele também defendeu que esses países derrubem suas tarifas e comecem a comprar produtos dos EUA.
Ele criticou o acordo do NAFTA, assinado com o Canadá e o México, alegando que ele causou a fuga de capital norte-americano para outros países, significando um risco estratégico pela dependência da importação de produtos como eletrônicos de outras nações.
''Dia da Libertação''
No início de março, Trump comentou sobre a imposição de tarifas recíprocas contra outros países. Na véspera o anúncio, o presidente prometeu que seria o ''Dia da Libertação'' de seu país.
A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou na segunda-feira que a política tarifária de Trump deve pôr fim às práticas comerciais injustas ''que há decadas enganam nosso país''.
Respostas a Trump
Vários países já haviam respondido sobre a possibilidade de retribuir as tarifas impostas pelos EUA. O chanceler alemão, Olaf Scholz, garantiu que a União Europeia (UE) promoveria uma resposta unida caso os EUA impusessem tarifas sobre o aço e alumínio europeus. ''Não estamos indefesos frente a esses acontecimentos'', destacou.
A presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, anunciou que seu país dará uma resposta integral à medida no dia 3 de abril.
Já o governo da Venezuela rechaçou ''de maneira firme e categórica'' as tarifas contra seu petróleo, classificando a medida como ''arbitrária, ilegal e desesperada''. A China, por sua vez, manifestou se opor ''firmemente'' às políticas de Washington, instando as autoridades norte-americanas à ''deixar de intervir nos assuntos internos da Venezuela''.
SAIBA MAIS SOBRE AS GUERRAS COMERCIAIS DA ERA TRUMP E SEUS OBJETIVOS COM NOSSO ARTIGO .