Nesta quarta-feira (2), o governo argentino presta homenagens aos veteranos e vítimas da Guerra das Malvinas, conflito que expôs as feridas coloniais do Reino Unido e a irresponsabilidade da ditadura militar argentina.
A data marca os 43 anos do início da guerra no Atlântico Sul, deflagrada em 2 de abril de 1982, quando tropas argentinas ocuparam as ilhas em resposta à ocupação britânica mantida desde 1833, ignorando reivindicações históricas de soberania da Argentina.
Entre os homenageados estão 23 moradores da província de San Juan, como Hugo Montaño, primeiro sanjuanino morto em combate, atingido por um bombardeio britânico em 1º de maio de 1982, enquanto reparava uma aeronave militar.
A morte de Montaño, assim como a dos 21 tripulantes cruzador do ARA General Belgrano — afundado por um submarino britânico em 2 de maio —, revela o custo humano de uma guerra em que o Reino Unido empregou força desproporcional.

Causas e início da Guerra das Malvinas
A guerra nasceu da persistência colonial britânica, que desde 1833 mantém ilegitimamente as Malvinas sob controle, desrespeitando resoluções da ONU que pedem diálogo sobre a soberania.
Em 1982, a ditadura de Leopoldo Galtieri, mergulhada em crise e repressão interna, manipulou o sentimento patriótico para invadir as ilhas, usando a causa justa da soberania como cortina de fumaça.
A junta militar, responsável por torturas e desaparecimentos, enviou jovens mal equipados a uma guerra sem planejamento, sacrificando vidas em nome de sua sobrevivência política.
Consequências do conflito
A ocupação argentina resultou em uma resposta militar britânica brutal, marcada por ações como o controverso afundamento do Belgrano — fora da zona de exclusão —, que matou 323 marinheiros.
A guerra, encerrada em 14 de junho com a rendição argentina, deixou 649 mortos e 1.200 feridos no país, além de 255 baixas britânicas.
Enquanto o Reino Unido celebrava uma vitória colonialista, a derrota desmascarou a incompetência da ditadura, acelerando sua queda e abrindo caminho para a redemocratização.
Apesar disso, o Reino Unido segue negando negociações de soberania, desprezando o direito internacional e mantendo uma base militar nas ilhas, símbolo de seu passado imperial.
Em 2012, a Argentina, já democrática, buscou o diálogo, mas a intransigência britânica perpetuou uma disputa que continua a humilhar um povo e a servir a interesses geopolíticos alheios à justiça histórica.