
Segredos da Maçonaria no Uruguai são vazados

O grupo chamado LaPampaLeaks divulgou mais de 13 GB de informações sobre as lojas maçônicas herméticas no Uruguai.
Trata-se de um pacote de dados contendo nomes, documentos internos e circulares que foram verificados pelo jornal local El Observador. O dossiê também contém chamadas de vídeo do Zoom, a maioria delas realizadas durante a crise sanitária da COVID-19.
O vazamento é um golpe contra a privacidade dessa organização, que se caracteriza pela discrição.
O que está envolvido?
De acordo com a mídia, a maioria das conversas gravadas trata de atividades rituais, questões internas da organização e do organograma dos membros da loja.
A parte mais delicada diz respeito aos membros da irmandade, pois não apenas seus nomes estão registrados, mas também seus endereços, posições hierárquicas, endereços de e-mail e até mesmo números de telefone.

Além dos documentos, o LaPampaLeaks também teria realizado um ataque cibernético ao site da Maçonaria no Uruguai, que envolveu a modificação visual do conteúdo original, uma prática conhecida como "defacement".
A Grande Loja da Maçonaria do Uruguai negou que seu site tenha sido hackeado ou modificado e garantiu que o vazamento foi resultado da entrada de "um irmão da ordem", que fez "impressões de documentos" a partir de seu perfil de usuário autorizado.
"Esse acesso foi legítimo, ou seja, foi realizado com dupla autenticação (senha e dispositivo móvel) e não foi uma violação, pois há registros de seu acesso normal", disse a organização em um comunicado, que não descartou a possibilidade de que a senha do membro tenha sido roubada ou que tenha ocorrido um vazamento voluntário.
No mês passado, o grupo liderou um ataque cibernético a vários sites do governo, incluindo a Direção Nacional de Aviação Civil e Infraestrutura Aeronáutica (Dinacia), no qual expuseram dados sobre o presidente do país, Yamandú Orsi, e funcionários de alto escalão do governo.
