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8M: Centenas de mulheres saem às ruas na América Latina em comemoração ao Dia da Mulher

Algumas carregavam faixas com mensagens que pediam o fim dos feminicídios, a legalização da interrupção voluntária da gravidez, a erradicação da violência baseada em gênero e a defesa de seus direitos conquistados.
8M: Centenas de mulheres saem às ruas na América Latina em comemoração ao Dia da MulherGettyimages.ru / Arturo Hernandez / Eyepix Group/Future Publishing

Centenas de mulheres encheram as ruas das principais cidades latino-americanas para marcar o Dia Internacional da Mulher Trabalhadora, uma data criada em 1910 com o objetivo de promover a igualdade de direitos para as mulheres em todo o mundo.

No Brasil, na cidade do Rio de Janeiro, grupos de mulheres se reuniram em frente à igreja da Candelária e continuaram até a Cinelândia para marchar contra a misoginia e a desigualdade. Algumas carregavam faixas com mensagens que pediam o fim dos feminicídios e a legalização da interrupção voluntária da gravidez, enquanto outras exigiam autonomia financeira e igualdade de gênero nas relações de trabalho.

Vários grupos também lembraram a ativista Marielle Franco, que foi morta a tiros em 14 de março de 2018 enquanto realizava uma manifestação e depois de ter denunciado insistentemente a brutalidade policial e as execuções extrajudiciais geralmente perpetradas em áreas precárias da cidade.

"Neste 8 de março todas nós gritamos por nossas vidas", "Aqui no Brasil e na Palestina nos queremos vivas", "Lute como uma garota", liam algumas das faixas seguradas pelas mulheres em sua atividade, enquanto outras pediam diretamente o fim do genocídio em Gaza.

Por outro lado, a avenida Paulista, em São Paulo, foi o ponto de encontro de centenas de mulheres sob o lema "feministas em defesa da vida, contra as privatizações e as guerras". As manifestantes carregavam faixas com frases como "mulheres contra o fascismo", e em protesto contra os planos de privatização do Governo de Tarcísio de Freitas.

Em Buenos Aires, Argentina, uma multidão de mulheres marchou pelas avenidas centrais até a Plaza del Congreso contra a violência de gênero, as desigualdades trabalhistas e em defesa do aborto legal, com faixas, danças e slogans, entre os quais destacaram "Ni una menos", "Emergencia alimentaria", "À motosserra, resistência", "Tire a motosserra de nossos direitos", "O pessoal é político", "A vida está em risco, chega!".

Ao mesmo tempo, exigiram que o governo de Javier Milei desistisse do questionado Decreto de Necessidade e Urgência, e o fim das demissões em massa nos departamentos estatais.

Na Cidade do México, algumas participantes das atividades montaram uma barraca no icônico Zócalo para denunciar o que, na opinião delas, o Estado deve às mulheres mexicanas.

Entre as mensagens havia textos como "A realidade é que não me sinto preparada para apresentar uma queixa formal", "Eles não fizeram nada", "Tem sido um desafio lidar com as autoridades, elas são muito insensíveis" e até mesmo um anúncio da busca por um suposto feminicida chamado Aarón Manuel Barrios.

Além disso, jovens manifestantes marcharam carregando cartazes com os dizeres. "Todas as mães merecem ver suas filhas voltarem", "Mãe, hoje eu vou gritar o que silenciaram em você".

À tarde, na capital colombiana, Bogotá, centenas de mulheres se juntaram à mobilização geral, enquanto membros de várias organizações se posicionaram em frente à sede do Ministério do Trabalho para exigir locais de trabalho seguros e melhores condições de trabalho para as mulheres.

Da mesma forma, em Quito, Equador, dezenas de mulheres membros de organizações sociais, feministas e pró-direitos se reuniram no Fundo de Seguridade Social para participar da marcha exigindo que o Estado tome medidas para acabar com os feminicídios, mortes violentas de mulheres, desaparecimentos de meninas, agressão e discriminação, relata a mídia local Teleamazonas.

"Somos a voz daquelas que não estão mais aqui"; "juntas, livres e sem medo"; "para aquelas que saíram para estudar e não voltaram"; "que ser mulher não nos custa a vida"; "calma mãe, hoje eu não ando sozinha pelas ruas", eram algumas das frases nas faixas e cartazes segurados pelos manifestantes.