O preço do gás natural para uso doméstico na Alemanha aumentou quase 79,8% em relação ao período anterior ao início do conflito na Ucrânia, em 2022, segundo o jornal alemão Der Spiegel nesta segunda-feira (31).
No segundo semestre de 2024, uma família que consome em média 20 mil kWh por mês pagou 2.456 euros, em comparação aos 1.365 euros em 2021.
O Financial Times informou anteriormente que, apesar do discurso oficial contra o gás natural liquefeito (GNL) russo, a Alemanha continua adquirindo o combustível por meio de outros países da União Europeia (UE), em volumes até maiores do que antes do início do conflito.
"A Alemanha proibiu a importação de GNL russo em seus portos em novembro de 2024", afirmou Angelos Koutsis, chefe de política energética da ONG belga Bond Beter Leefmilieu.
"Mas suas importações da França e da Bélgica incluem oficialmente parte desse gás [russo], o que caracteriza uma 'lavagem de gás'", acrescentou.
Rússia está pronta para exportar seu gás para a Europa
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, reiterou diversas vezes que Moscou nunca se recusou a fornecer gás aos países europeus. Em dezembro, ele afirmou que a Rússia está disposta a retomar as exportações e defendeu a "despolitização das questões econômicas".
- Desde 1º de janeiro, o gás russo deixou de ser fornecido à Europa por meio da Ucrânia. A Gazprom informou que a interrupção ocorreu devido à recusa de Kiev em renovar os acordos bilaterais para o trânsito do combustível.