Governo Macron denuncia intromissão 'inaceitável' dos EUA em seus assuntos internos

Recentemente, a embaixada norte-americana em Paris enviou questionários a empresas francesas que estejam ou que queiram fazer negócios com os EUA. Neles, as companhias são instruídas a garantir que "não praticam programas para promover diversidade, equidade e inclusão". As informações são da imprensa local.

A resposta do governo Macron veio no sábado, através de um comunicado do ministério do Comércio da França classificando o incidente como uma intromissão 'inaceitável' nos assuntos internos do país:

"A interferência dos EUA nas políticas de inclusão das empresas francesas é inaceitável, bem como suas ameaças tarifárias injustificadas", lê-se no comunicado, citado pelo jornal Le Monde. "A França e a Europa defenderão suas empresas e seus consumidores, mas também os seus valores."

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O gabinete de Eric Lombard, ministro da Economia francês, também se manifestou sobre o assunto, afirmando que as cartas ''refletem os valores do novo governo dos EUA'', mas que esses valores ''não são os nossos''.

De acordo com o Le Monde, não está claro quantas empresas receberam as cartas. O ministério da Economia estima que ''algumas dezenas'' foram entregues, mas não forneceu nenhum número exato. 

Os documentos enviados às empresas alegam que programas de diversidade "infringem as leis federais antidiscriminação aplicáveis" nos Estados Unidos, onde Trump assinou uma ordem proibindo programas federais desse teor no dia em que retornou ao cargo para seu segundo mandato como presidente.

Alega-se ainda que as regras "também se aplicam a todos os contratados e fornecedores do governo dos EUA, independentemente da nacionalidade ou do país de operações".