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Cineastas brasileiros criticam reação da Academia americana sobre prisão de diretor palestino
Membros do cinema pedem mais postura da instituição diante do tratamento de Hamdan Ballal pelas autoridades israelenses.
Cineastas brasileiros se uniram a cerca de 600 profissionais de todo o mundo em uma carta crítica à Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, que forneceu uma resposta fraca à prisão do diretor palestino Hamdan Ballal, apurou o G1.
Ballal, vencedor do Oscar 2025 pelo documentário Sem Chão, foi detido por militares israelenses após sofrer um ataque de colonos na Cisjordânia nesta semana. A carta exige uma postura mais firme da Academia em defesa dos cineastas.
Assinam a carta de artistas brasileiros como Alice Braga, Rodrigo Teixeira, Anna Muylaert, Petra Costa e Daniel Rezende. A iniciativa também conta com assinaturas de grandes nomes do cinema mundial, como Olivia Colman, Joaquin Phoenix e Javier Bardem.
A carta denuncia não apenas a violência contra Ballal, mas também a falta de ação da Academia, que, apesar de estrear o cineasta em março, não emitiu uma resposta contundente após sua prisão:
"É indefensável para uma organização considerar um filme com um prêmio e depois se omitir diante do tratamento brutal de seu cineasta", afirma o documento.
Segundo o prefeito de Susiya, cidade na Cisjordânia, o ataque ocorreu quando colonos judeus, em confronto com palestinos, atacaram Ballal durante um encontro pelo fim do jejum diário do Ramadã. A ação foi seguida de sua detenção, na qual ele foi espancado e algemado por horas. As forças israelenses alegaram que Ballal estaria entre os palestinos que atiravam pedras, embora a versão de testemunhas contradiga essa alegação.
Desde o início de 2025, a Cisjordânia tem sido palco de intensificação de conflitos, com a presença militar israelense causando deslocamento de milhares de palestinos.