Israel solicitou que países africanos recebam palestinos de Gaza, informa imprensa dos EUA

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, instruiu o Instituto de Inteligência e Operações Especiais (Mossad) a procurar países dispostos a receber um grande contingente de palestinos deslocados da Faixa de Gaza, informou a Axios, citando dois oficiais israelenses. A matéria comunica que a ordem foi direcionada "há várias semanas".

Israel se prepara para uma operação terrestre em grande escala em Gaza

De acordo com as duas fontes e um ex-oficial norte-americano, conversas já foram realizadas com representantes da Somália e do Sudão do Sul no continente africano. Países de outras regiões também foram requisitados, como a Indonésia. O primeiro-ministro israelense negou-se a comentar sobre o assunto.

Anteriormente, embora diversos países já tenham se disponibilizado para receber pequenos números de refugiados palestinos, nenhum se prontificou para a recepção de um contingente massivo vindo de Gaza. Países como o Egito e a Jordânia rechaçaram o que afirmam ser planos de realocação massiva, classificados pelo presidente egípcio como "um ato de injustiça".

Enquanto isso, Netanyahu e seu governo adotam medidas para impulsionar a retirada de palestinos da região, emitindo ordens de evacuação em diversas áreas do território.

Nesta semana, o gabinete de segurança israelense aprovou a formação de uma agência especial, vinculada ao Ministério da Defesa, para supervisionar a "saída voluntária" de palestinos da Faixa de Gaza.

O ministro da Finanças do país, Betzalel Smotrich, discursou no Knesset no mês passado, defendendo uma retirada gradual, porém de grandes números de palestinos da região: "se retirarmos 10.000 por dia, levará seis meses. Se retirarmos 5.000 por dia, levará um ano", afirmou.

• As informações são divulgadas um mês após Donald Trump ter defendido um plano de reconstrução de Gaza que envolve a transferência massiva de palestinos da região.
• Quando questionado se os palestinos teriam o direito de retornar à região após sua reestruturação, Trump respondeu: "Não, eles não teriam, porque terão moradias muito melhores". Na entrevista à Fox News, declarou que seria o "dono disso": "penso nisso como um negócio imobiliário para o futuro".